sábado, 18 de janeiro de 2014

Motivos para ver: Gravidade


Um ensaio sobre solidão, fragilidade e autocontrole. Este é Gravidade (Gravity, 2013), novo filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón.

Derramar elogios sobre Gravidade já está ficando uma coisa chata, uma vez que o filme está agradando os críticos e o público aos quatro cantos do mundo, mas não tem o que se falar sobre o filme a não ser “Gravidade é espetacular”.

A ficção científica se passa no espaço, na órbita terrestre, a 600 quilômetros de altura. Nela, uma equipe de astronautas e cientistas instala novas partes no telescópio Hubble quando chega o alerta: uma nuvem de detritos está chegando em alta velocidade à sua posição. Em minutos, toda a segurança da nave se vai - e restam apenas a Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) e o comandante da missão, Matt Kowalsky (George Clooney), indefesos vagando pelo espaço. Algo interessante em Gravidade é não nos apresentar aos personagens antes de toda a ação, para que o espectador possa se identificar ou sentir afinidade por eles,

Após a chuva de meteoros, Alfonso nos coloca na visão de Ryan, dentro de seu capacete e sentimos o desespero que ela está tendo. Numa atuação perfeita de Bullock, que apenas com a sua respiração nos deixa tão perdidos e desesperados quanto ela, enquanto tenta algum tipo de contato com qualquer pessoa que seja no meio do espaço e com o oxigênio abaixo de 10%.


Gravidade é, sem dúvida, o melhor filme de 2013. É inteligente, é interessante, é claustrofóbico, é delirante, é incrível. E quando menos percebemos os 90 minutos se passaram e temos um ótimo desfecho para o filme. Gravidade é um deleite técnico. A alternância entre som e silêncio amplifica o drama e a trilha sonora aflitiva de Steven Price entra apenas em momentos cruciais. A animação (o filme é quase que todo em computação gráfica) é perfeita e realista e a tensão é absolutamente constante

Cuarón encontra no espaço  o controle milimétrico de seu set. Há cenas de beleza intensa e grande significado, como os "renascimentos" da Dra. Stone, especialmente o primeiro, em que a vemos pela primeira vez como mulher, como humana, indefesa fora da casca protetora do uniforme de astronauta. Nas lágrimas sem gravidade, Cuarón aprecia a beleza da fragilidade humana - e sua tenacidade.



O filme é um dos favoritos para o Oscar e tem grandes chances em levar pra casa o Oscar nas partes técnicas, os efeitos, o som, é tudo muito realista, a ponto de um jornalista perguntar a Alfonso, em como foi gravar no espaço. Sandra Bullock, que carrega 80% do filme sozinha, também tem grandes chances de ganhar como melhor atriz, por mais que a academia não enxergue com bons olhos as atuações em ficção cientifica, mas é nítida o bom trabalho que ela apresenta em Gravidade. O filme é incrível e tem a mais espetacular atuação, que já vi por parte de Sandra Bullock, que se sobressai mais uma vez e nos trás uma das personagens mais críveis de sua carreira.

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