terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Motivos para ver: Machete Kills

Eu espero os filmes de Robert Rodriguez, como quem espera ansiosamente os presentes de Natal. Pra mim, cada película é uma obra de arte. Todos os personagens são pensados em sua totalidade, dos protagonistas aos figurantes; tudo tem um significado. Sou fã do diretor desde Pequenos Espiões (sim, este filme é dele!), um filme que marcou minha infância porque sempre admirei muito histórias de espiões e aventuras. Me imaginava nesses filmes. Quando fui crescendo e vendo sua filmografia (como Planeta Terror, Um drink para o inferno e Era uma vez no México), pensei “Esse é o cara!”. 

Outra característica de Rodriguez é reunir nomes incríveis em papéis excepcionais. Em Machete (2010), vemos Lindsey Lohan, Robert DeNiro, Steven Segal, Jessica Alba... Na continuação lançada em 2013, temos Mel Gibson, Charlie Sheen e Lady Gaga (!). Ou seja, é uma franquia que pelo menos merece sua atenção, certo? 


Mais uma vez, a história gira em torno os conflitos entre EUA e México. Dessa vez, Machete é chamado para impedir uma guerra nuclear entre um poderoso cartel mexicano e o governo dos Estados Unidos. Durante o filme vemos a marca registrada do diretor: sangue, sangue, morte trash e as rapidinhas de Machete com as mulheres que passam por seu caminho. Incluindo uma Miss agente federal (!!), só Rodriguez pra trazer uma personagem com tanta originalidade.

Durante o filme, as cabeças de Machete e do revolucionário/mad men, Mendez, são disputadas por várias pessoas, entre elas, um grupo de prostitutas que querem vingança (já, já falo disso) e o matador de aluguel Camaleão. Achei que nesse filme (apesar de contar com mais personagens) tem maior entrosação do que no primeiro filme. 

No grupo das prostitutas, a presença da atriz Vanessa Hudgens me fez ficar surpresa. Depois de Spring Breakers, prometi ficar mais atenta às atuações dela e nunca ia imaginar a atriz em Manchete. Outra atriz que atraiu minha surpresa foi Alexa Vega, que atuou em Pequenos Espiões 1 e 2, e agora vem numa versão mais sexy. Todos já conheciam a veia interpretativa de Lady Gaga em seus clipes e achei que no filme, a atriz realmente se saiu muito bem. 

Enfim, acho que já dei motivos suficientes para ver Machete Kills, certo? 
Deixe nos comentários suas impressões sobre o filme :-) 

domingo, 15 de dezembro de 2013

Motivos para ver: Capitão Phillips


“Argo” conseguiu ser um filme bem-sucedido pela capacidade de Ben Affleck criar um thriller político e divertido sobre um assunto complicado como a invasão da embaixada dos EUA no Irã. Porém, o vencedor do Oscar 2013 falhava ao colocar o povo iraniano como vilão da obra, dignos de poucas falas e atitudes radicais. “Capitão Phillips” poderia ter caído no mesmo erro e tratado os piratas somalis como monstros da humanidade. Porém, o longa estrelado por Tom Hanks utiliza o cenário do sequestro de um navio para explorar o abandono da África com a imposição americana e a diferença entre dois homens que parecem viver em planetas diferentes.

O diretor Paul Greengrass comanda a história do capitão de um navio cargueiro, Richard Phillips (Tom Hanks), sequestrado por piratas da Somália após a invasão da embarcação. No decorrer da trama, acompanhamos a negociação entre a Marinha dos EUA e os criminosos na tentativa de liberar o refém, apostando as fichas no tenso duelo entre ambos.

O que impede Capitão Philllips de se tornar um filme panfletário contra o descaso com que o mundo trata a África, em boa medida, é que não há muito espaço para discursos - depois que a premissa se estabelece, o resto é ação. E então as oposições desproporcionais se tornam físicas mesmo: o cargueiro contra o bote dos somalis, o corpo subnutrido dos africanos contra a muralha de músculos que são os fuzileiros navais (Greengrass filma os militares nus, antes de vesti-los, para deixar essa oposição bem clara).


Toda essa diferença acaba sendo refletida durante as negociações do sequestro, já que o americano parece sempre capaz de antever cenários não imaginados pelo pirata. Esse antagonismo gera sentimentos dúbios entre os próprios protagonistas: Phillips percebe a ingenuidade e a encruzilhada em que os africanos se meterem ao mesmo tempo em que teme pela vida, enquanto Muse (Barkhad Abdi) admira o refém pela inteligência, sabendo da necessidade de matá-lo, caso seja preciso. Nada disso seria visível se não fosse o trabalho da dupla de atores excelentes da produção: Abdi se mostra uma grata revelação, enquanto Hanks consegue se livrar de uma fase ruim e caminha para o terceiro Oscar da carreira.

Em diversas tomadas, o diretor faz questão de mostrar o contraste entre o grande e milionário navio cargueiro sequestrado e a pequena lancha que transporta os piratas e, logo em seguida, o minúsculo barco contra as enormes embarcações da frota da Marinha dos EUA. Nestes trechos, fica clara a intenção de mostrar o poder americano perante os insignificantes africanos, sendo a violência a única forma de chamar a atenção para a tragédia humanitária ocorrida naquela parte do planeta.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Motivos para ver: Kick Ass 2

Sempre achei a temática de Kick Ass totalmente incrível. Sem nenhum tipo de supernaturalidade, pessoas se tornam super heroínas (e tem sangue, tem morte, tem tudo). Pensei bastante antes de escrever esse post, pois o filme não está no cinema – na verdade, acho que já deve estar nas locadoras – mas, depois de assistir, vi que existem centenas de motivos para ver. Kick Ass 2 não é apenas um filme, é uma busca eterna sobre a formação de nós mesmos. Sobre o bem e o mal; e os nossos limites.

Essa reflexão pode parecer muito brega, ainda mais quando envolve brigas e conflitos no high school. Dave e Mindy estão no ensino médio e passam por episódios chaves - como o bullying por exemplo -, mas nada que afete a história a ponto de perder o caráter principal. Depois da morte do pai, Big Daddy, Mindy vai morar com Marcus e recomeça a vida (contudo, sem perder o jeito de Hit-Girl). 


No meio do filme, algumas promessas irão mudar o caminho dos personagens, fazendo com que Dave se junte à "Justice Forever" e Mindy se afaste da vigilância. Eu achei incrível a ideia de juntar uma Liga de heróis e vilões, cada um com sua história e com muito humor. Os personagens que eu mais curti nessa continuação foi o Comandante, estrelado por Jim Carrey , e Mother Russia. Na continuação, Christopher Mintz-Plasse, conhecido por ser o herói Red Mist do primeiro filme, agora vem como vilão Motherfucker e rouba a cena durante todo filme. 

Um vilão com roupa de sadomasoquista. WTFFF

Sempre que eu posso faço a propaganda de Kick Ass aqui no blog, e dessa continuação não vai ser diferente. Eles tocaram Mutantes no filme, gente. Como não amar? 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O sonho de Wadjda: um olhar delicado


‘O Sonho de Wadja’ é mais um daqueles filmes bonitos, simples, mas com um roteiro fascinante e uma boa direção. Costume dizer, que o cinema do Oriente Médio tem se mostrado um dos melhores da atualidade, vide o cinema iraniano, mas o primeiro filme feito inteiramente, na Arábia Saudita, não fica atrás.

Para realizar ‘O Sonho de Wadja’ na Arábia Saudita, a cineasta Haifaa al Mansour contou com um roteiro de qualidade e teve de superar uma série de barreiras para poder concretizar seu projeto com sucesso. O filme conta a história de Wajda, uma menina de 10 anos de idade que promove algumas revoluções particulares, uma delas em especial: a compra de bicicleta em Riad, capital do país.

Logo nas primeiras cenas, Wadja sai em defesa de sua mãe, após ser insultada pelo motorista que a levava todos os dias ao trabalho. O homem reclamava de um atraso. No reinado saudita, vale lembrar, as mulheres são proibidas de dirigir, e a solução para que muitas possam se deslocar para o trabalho (com a devida autorização do marido), ao hospital, ao shopping ou ao mercado é contratar o serviço de motoristas particulares.

A forte repressão aos direitos femininos é retratada na escola de meninas em Riad. É nesse espaço que a diretora da instituição educacional chama a atenção das garotas por estarem rindo em voz alta e por estarem sendo vistas. Afinal, não é de “bom tom” que os homens sejam atraídos pela voz feminina, e muito menos que elas estejam ao alcance dos olhares masculinos. “Meninas de respeito não podem ser vistas” – é o que se diz em uma das cenas da película. São nesses tipos de sutilezas e observações inteligentes pelas quais a cineasta expressa suas críticas ao regime. Em muitas ocasiões, as mulheres são retratadas no filme como as grandes mantenedoras do sistema opressor, como é o caso da mãe de Wadja e da diretora da escola.

Ainda no ambiente escolar, as alunas deparam-se com a questão do casamento arranjado e prematuro. A própria Wadja, dentro de casa, é constantemente ameaçada pela família, caso não se comporte da maneira que julgam adequada. É também dentro do convívio familiar que o pai da protagonista ameaça ter um segundo casamento caso a mãe não consiga engravidar de um filho do sexo masculino.


Em meio a todos esses conflitos, Wadja pensa em todas as possibilidades possíveis em poder conseguir ter uma bicicleta sozinha, sem o apoio da família. Diante da chance de ganhar um prêmio em dinheiro em um concurso para recitar os versos do Alcorão Sagrado, passa a estudar com bastante empenho, a fim de atingir o seu objetivo.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Uma Noite de Crime: Motivos para ver

Assim que eu vi o trailer da produção Uma Noite de Crime (The Purge, 2013) adorei toda a temática em volta de um futuro em que o crime é legalizado por um dia (não que eu concorde, mas quantos roteiros podem se fazer com essa ideia?). Esse filme daria tudo para dar certo (e em alguns aspectos até que deu!) mas em sua essência, eu esperava bem mais. 

A história é a seguinte: Em 2022, nos Estados Unidos, seguindo os preceitos dos Pais Fundadores (os primeiros homens a pisar no solo norte-americano) e o pacto feito entre eles, a sociedade viu-se na necessidade de se expurgar ("purge") todos os anos cometendo crimes que nos outros 364 dias seria totalmente inadmissível, incluindo assassinatos. Essa medida reflete na sociedade, como por exemplo a diminuição da violência. Contudo, o filme é um bombardeio de códigos morais, porque a maioria das pessoas que são alvo dessa violência permitida são mendigos, pessoas pobres que não tem dinheiro suficiente para comprar sistemas de segurança, etc. Todo tempo você fica pensando se apoiaria uma coisa dessas ou não (eu pessoalmente não concordo com a ideia). Mas ao mesmo tempo, essa sociedade mostra como uma massa manipulada, que compra um discurso e repete isso tantas vezes até considerar uma verdade absoluta (podemos ver isso acontecendo com nossos protagonistas). 

Os saldos positivos do filme: Apesar do enredo não ter me agradado até o final, a mecânica de fazer você pensar durante e depois do filme é incrível! É uma daquelas produções que encaixam perfeitamente naquela realidade onde pessoas acham sensato matar mendigos ou pobres, achando que elas gostam ou escolheram estar naquela condição. Outro saldo positivo é o ator Rhys Wakefield (que se eu fosse você, guardava bem esse nome!!), que foi a maior revelação de todo o filme. O papel do moço é um expurgador que procura um mendigo que se escondeu na casa da família protagonista, os Sandins. 


Os saldos negativos do filme: Além de você "saber" o que esperar do filme, acho que deviam ter focado mais no personagem Charlie (Max Burkholder), já que todos os ápices - e a história em si - foi um resultado das ações dele. Essa atenção ao personagem que não entende o que é o expurgo daria um gás sobrenatural a narrativa. Apesar de tudo, a minha nota é 7.5, afinal eu gosto de filmes que se passam no futuro mas é o retrado do presente. 

A notícia boa (ou ruim) é que vai ter a continuação em 2014. Terá o mesmo roteirista e diretor (James DeMonaco). Leia mais sobre a notícia aqui!

E você, participaria do expurgo? Deixe nos comentários! 



sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Tatuagem



Em Tatuagem, no Recife de 1978, Clécio Wanderley (Irandhir Santos, já conhecido e ótimo ator) é o líder da trupe teatral Chão de Estrelas, que realiza shows repletos de deboche e com cenas de nudez. Neste período, o grupo teatral Chão de Estrelas realiza, em plena ditadura militar, apresentações teatrais que mesclam poesia e cabaré, repleto de cenas de nudez e muito deboche com as instituições tradicionais – família, religião etc. A principal estrela da equipe é Paulete (Rodrigo Garcia, um dos marcos do filme), com quem Clécio mantém um relacionamento.

Um dia, Paulete recebe a visita de seu cunhado, o jovem Fininha (Jesuíta Barbosa), que é militar. Encantado com o universo criado pelo Chão de Estrelas, ele logo é seduzido por Clécio. Não demora muito para que eles engatem um tórrido relacionamento, que o coloca em uma situação dúbia: ao mesmo tempo em que convive cada vez mais com os integrantes da trupe, ele precisa lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura.

Esse universo encanta Fininha, soldado recém-saído da adolescência. A partir de então, o desbunde e a liberdade sexual começam a fazer parte do cotidiano do garoto, que passa a ser rechaçado pelos colegas de quartel e oprimido pela religiosidade da sua família de mulheres.

Mais uma vez a delicadeza com que são tratadas as relações afetivas no filme encanta. Esse longa não trata apenas do amor homossexual. Todas as relações dentro da trupe demonstram ser amorosas. Clécio é estritamente carinhoso com seu filho, que orbita irrestritamente esse mundo libertário junto com sua mãe. O que se vê é o apoio mútuo entre as partes. Diferente do que ocorre no quartel. Lá o amor à pátria é colocado em primeiro lugar em detrimento ao amor à família. 
Bem, logo temos a censura encrencando com o espetáculo. No contra-argumento, o pessoal da trupe se coloca à disposição para mostrar que eles não representam perigo algum pra sociedade. De nada adianta. Acabam sendo censurados por proporcionarem em suas apresentações uma dialética entre o erótico e o político cujo corpo serve às ideias. Por não obedecerem ao que lhe foi ordenado, o exército vai de encontro à trupe. No filme, não se mostra o confronto, mas se sabe que daquilo não sairá bom resultado.

Tatuagem, primeiro longa de ficção de Hilton Lacerda, está em cartaz nos cinemas brasileiros a partir desta semana. O filme levou sete anos para ser realizado. “Dizer que hoje é mais simples fazer cinema por causa da facilidade de suportes não é verdade. Até porque a banalização compromete o bom resultado”, afirma Hilton Lacerda. O diretor pernambucano diz que o longa de ficção está na pauta do que ele gosta de fazer, “estabelecer um olhar periférico. Gosto do menor no lugar do maior, você vê isso em Febre do rato (2011), Amarelo manga (2002) e Baixio das bestas (2006) – filmes que ele roteirizou, os três com direção de Cláudio Assis. Entre os principais prêmios que Tatuagem recebeu este ano, está o de Melhor Filme e Melhor Ator (Irandhir Santos) no Festival de Gramado, e Melhor Filme (voto popular), Prêmio Especial do Júri (ficção) e Melhor Ator (Jesuíta Barbosa) no Festival do Rio.




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Blue Jasmine


Muito se fala da última década de Woody Allen, que ela não está no mesmo nível de outrora, que acaba se repetindo em certas situações, e já não tem mais a mesma vitalidade de antes… Bom, acho bobagem isso. Um diretor como Allen, que lança um filme por ano desde 1982(!), manter-se atuante e relevante da forma como consegue até hoje, deve ser homenageado constantemente, sem contar o fato de que quem pensa dessa forma ignora excelentes filmes como Match Point (2005), Vicky Cristina Barcelona (2008), Tudo Pode Dar Certo (2009), e Meia-Noite em Paris (2011), que certamente se encontram entre as suas melhores obras. Pensando bem, nem precisava dessa introdução toda, uma vez que Blue Jasmine é mais uma prova do quanto Allen se mantém criativo e interessante, entregando mais um longa pra ficar registrado na sua já fenomenal carreira.

Blue Jasmine nos apresenta Jasmine (Cate Blanchett), uma mulher que desde jovem sempre quis ter uma boa vida financeiramente, cercada de luxo, e de tudo o que de melhor o dinheiro pode proporcionar. Ela casa-se com Hal (Alec Baldwin), um empresário que é muito bem-sucedido financeiramente, mas que consegue todo esse sucesso através de ações ilegais em suas empresas. Depois de muito esbanjar e cometer irregularidades, Hal acaba sendo preso, e Jasmine perde todo o dinheiro que tinha. Em tal situação, ela se vê obrigada a ir pra casa da irmã, Ginger (Sally Hawkins), a qual sempre desmereceu por não ser elegante e bem sucedida financeiramente. O que era pra ser uma rápida visita acaba se tornando uma longa estadia, o que representa um longo sofrimento a Jasmine que sonha em voltar a ter o estilo de vida que tinha anteriormente.


O filme caminha muito bem pelos dois momentos (comédia e drama), estabelecendo uma comédia que não dilui o potencial dramático, e vice versa. Temos a primeira metade, em que as situações propostas sugerem um maior grau de comicidade, ao passo que na segunda parte Jasmine segue um rumo mais denso e carregado.

Se os diálogos não são tão incríveis, a trama é. É o domínio de um exímio roteirista. E não é só o roteirista que merece os créditos, o diretor também. Desenrolando as cenas com elegância e sutileza, aproveitando-se da belíssima São Francisco, Allen emprega a sua já reconhecida sofisticada direção para potencializar ao máximo o material que possui. Intercala de maneira fluida e inteligente o antes e depois de Jasmine, e mostra-se discreto e inteligente quando o momento de destaque está no elenco. E aqui, mais uma vez, ele se mostra um exímio diretor de ator.



Mas o maior destaque, sem sombra de dúvida, fica para a… (me faltam adjetivos) gloriosa Cate Blanchett. Ela que andava um pouco sumida dos grandes personagens, graças a Deus está de volta, e me arrisco a dizer que, aqui ela encontra a melhor atuação da sua já excelente carreira. A naturalidade com que consegue estabelecer as emoções, motivações e sentimentos de seus personagens é tanta, que parece que ela “nem faz força pra atuar”. Com Jasmine, ela estabelece uma personagem cheia de defeitos, mas ainda assim, irresistível, impossível de não torcer a favor. Diferencia através de sutilezas os dois momentos de sua personagem, altiva e elegante quando rica, humilhada, envergonhada, nervosa e paranoica quando pobre. E nas ocasiões em que o papel exige maior força da atriz, em momentos, aliás, nada fáceis de se fazer sem parecer falsa e exagerada, Blanchett cumpre o seu papel de maneira brilhante, indo muito, muito além do que o papel pede.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Jogos Vorazes - Em Chamas


Depois de vencer a 74ª edição dos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), que se tornou o símbolo da revolução e Peeta Mellark (Josh Hutcherson) voltam para o Distrito 12, onde passam a viver na área dos vitoriosos. No dia em que os dois vão começar uma turnê feita anualmente pelos vencedores, Katniss é visitada pelo presidente Snow, que comanda Panem; ele deixa claro que ela está em risco por ter quebrado as regras dos Jogos e feito com que fosse possível que ela e Peeta vencessem, o que foi considerado por todos um desafio à Capital e inspirou o início de levantes nos distritos. Para evitar que ela e as pessoas que ama sejam punidas, Katniss precisa convencer a todos de que o único motivo de não ter tentado vencer os Jogos sozinha foi estar apaixonada por Peeta, sob a sombra do pano de fundo sociopolítico da Capital e seus desmandos.



No decorrer do percurso, Katniss sente que uma rebelião é iminente, mas a Capital continua fortemente no controle, ao mesmo tempo em que o Presidente Snow (Donald Sutherland) prepara a 75ª edição dos Jogos Vorazes: o Massacre Quaternário, uma competição que pode mudar Panem para sempre.

A espera pela seqüência de ‘Jogos Vorazes‘ aliada às qualidades de seu segundo capítulo renderam cerca de R$ 13,2 milhões nas bilheterias brasileiras em seu final de semana de estreia, quase três vezes a marca do primeiro filme, aumentando assim as apostas para um sucesso arrebatador de ‘Em Chamas‘ nas cerca de mil salas nas quais o filme é exibido.



Particularmente, essa segunda parte do filme é melhor do que a primeira. A direção é mais detalhada e focada nos detalhes, o roteiro é mais crítico. Não sou fã de Jennifer Lawrence e muito menos fico ovacionando-a, e não nego que ela é uma boa atriz vide, "O Lado Bom da Vida", mas ela ainda precisa de um tempo para se torna uma grande atriz, que Hollywood que nos fazer acreditar. Acho que do primeiro filme para esse segundo, a atriz melhorou consideravelmente, então, temos bastante pontos positivos neles.
Um outro saldo positivo, na minha opinião, foi a personagem de  Effie Trinket, que deixou de ser apenas uma auxiliadora fútil e passou a se integrar com a sua equipe.

Depois de algumas palavras, que troquei com uma amiga, que estava comigo no cinema, chegamos a conclusão, de que o filme pode ser encarado, por nós brasileiros, como o momento da manifestações que estamos vivendo no nosso país, e que a Capital está tentando sufocar. Além disso, o filme carrega todo um contexto socio-político bem interessante de ser analisado, através das atitudes em que os distritos estão submetidos. 

Então, se você ainda não conferiu o filme: VÁ e dê seu opinião, aqui no nosso blog. 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Você precisa conhecer: Serra Pelada

Contém alguns spoilers. 

Soube pelo filme Serra Pelada pela televisão, que estava fazendo uma divulgação do filme e logo me interessei. Não sabia muito sobre a história em si de Serra Pelada mas lembro que sempre que via algum tipo de notícia sobre o tema me espantava com a quantidade de pessoas trabalhando em condições que me lembrava as pirâmides, todos por um só desejo: descobrir ouro e enriquecer. Esse desejo também motiva os dois personagens principais: Juliano (Juliano Cazarré) e Joaquim (Júlio Andrade).


Depois de sair da sessão, conversei durante alguns bons minutos sobre a produção, sobre o roteiro e a história em si. Acabei descobrindo que apesar de uma excelente produção - destaque para a caracterização dos personagens e do cenário -, o roteiro apresenta algumas falhas/furos mas que podem passar desapercebidos devido algumas interpretações que arrebatam Serra Pelada. 

Furo nº 1) A construção do personagem de Júlio Andrade e suas motivações. Joaquim é um professor que está descontente com a pobreza em que vive e decide partir para Serra Pelada deixando sua esposa grávida em São Paulo. Furo nº 2) A ascensão de Julio e Joaquim: de formigas à capitalistas - essas são duas categorias de trabalhadores. Não foi muito explicado a mobilidade dos personagens na ascensão em um curto período de tempo, deixando algumas dúvidas. Furo nº 3)  Apesar da morte de Carvalho (Matheus Nachtergale), Tereza (Sophia Charlotte) volta a ser prostituta nas redondezas da mina, mesmo tendo casado com o dono de diversos barrancos dentro de Serra Pelada. Não teve nenhum tipo de herança ou algo do gênero? Mesmo casando no religioso? 

Porém, não desanime caso você tenha lido os furos acima. Destaco três fatores que deixam o filme maravilhoso: Wagner Moura, Sophia Charlotte (nunca pensei que iria falar isso!) e a caracterização do filme. Os dois atores conseguiram deixar seus personagens completos e autênticos. O personagem de Wagner Moura, Lindorico, é um dos poderosos do lugar que se envolve em tráfico de ouro (entre outras coisas) e a compra de barrancos para monopolizar Serra Pelada. Do outro lado, Tereza é a noiva de Carvalho e se envolve com Juliano, um homem com grande ambição de poder. A atriz consegue trazer uma originalidade e intensidade a sua personagem que nunca vi em nenhum de seus trabalhos. 


Dirigido por Heitor Dhalia (conhecido pelo Cheiro do Ralo), Serra Pelada é uma grande produção com bastante conflitos (quase um faroeste!). Gostei bastante. Abaixo confira o trailer e deixe nos comentários suas impressões sobre o filme. :-) 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Você precisa conhecer: O Céu de Suely

Olhar humano e realista guia ‘O Céu de Suely’, filme que mostra a ousada jornada de uma jovem nordestina em busca da felicidade. A busca da felicidade sempre foi um tema recorrente no cinema, desde os seus primórdios. Nada mais normal, afinal de contas essa é uma constante do ser humano, que, a bem da verdade, tem sua vida fundamentada nesse princípio. O que muda é apenas o caminho a ser percorrido e, sobretudo, qual o conceito de felicidade para as pessoas. Pois esse é o mote de ‘O Céu de Suely’, segundo filme de Karim Aïnouz, que colecionou prêmios em festivais e elogios da crítica. Aïnouz ganhou notoriedade já em seu trabalho de estréia, o interessante ‘Madame Satã’, que além de fazer uma boa carreira, lançou um dos melhores atores do atual cinema nacional, Lázaro Ramos.

Mais uma vez ele coloca um talento novo em evidência, dessa vez Hermila Guedes, que em seu segundo papel no cinema, e o primeiro como protagonista, mostra uma força arrebatadora. Ela é a estrela e a alma de um filme sensível e poético, porém, não menos realista.Em um estilo naturalista, os próprios atores dão nome aos personagens principais.


Hermila é uma jovem que regressa de São Paulo a Iguatu, cidadezinha no interior do Ceará, com um filho pequeno no colo e a esperança de uma nova vida. Ela aguarda o retorno do pai da criança, mas logo se vê iludida e abandonada pelo sujeito. A partir daí toma uma decisão ousada: resolve rifar a si mesma, adotando o nome de guerra de Suely e prometendo aos compradores ‘uma noite no paraíso’. Com o dinheiro espera partir para algum lugar que desconhece, mas onde acredita que possa estar a tão sonhada felicidade.Mas, afinal de contas, onde está e qual o preço dessa tal felicidade? É nessa idéia que se apóia o roteiro de ‘O Céu de Suely’, ao acompanhar uma personagem aprisionada em um universo de monotonia e desilusão.

Por isso, não espere respostas óbvias em ‘O Céu de Suely’. É um filme, por assim dizer, introspectivo, que desafia o espectador a olhar para dentro dos personagens e compartilhar seus desejos e amarguras.

Nada disso funcionaria se não fosse o talento de Hermila Guedes. Ela incorpora seu papel com uma naturalidade impressionante, ressaltando a força e a fraqueza presentes na personagem quase que na mesma medida. Impossível ainda deixar de destacar outros dois elementos fundamentais à narrativa: a fotografia magistral de Walter Carvalho e a trilha sonora de Berna Ceppas e Kamal Kassin, que conduzem a história em um tom delicado, sem desbancar para o piegas.



O filme é ótimo, uma história bem contada, com uma protagonista complexa que tem como esperança de vida ou ilusão, o desejo de que apenas em um lugar longe ela encontrará a felicidade. Os personagens que nos levam às lágrimas são pessoas comuns que simplesmente não aguentam mais a realidade que as cercam.  O ponto mais íntimo em que o filme toca é que só através da fantasia é que alguém pode ser feliz, seja na cidade de Iguatu ou no lugar mais longe de lá.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Você precisa conhecer: À Beira do Caminho

A produção À Beira do Caminho me cativou duas vezes: a) eu definitivamente amo o trabalho do ator João Miguel e b) eu definitivamente amo histórias onde crianças mudam adultos, no modo de ver a vida. E é exatamente isso que acontece nessa produção dirigida por Breno Silveira.

A história começa com o caminhoneiro João (João Miguel) viajando pelas lindas e interioranas cidades do Brasil e logo no início vemos que ele tem um passado misterioso e dolorido. Tudo isso começa a mudar quando ele acha um menino escondido em seu caminhão, Duda (Vinícius Nascimento), que deseja ir até São Paulo a procura de seu pai. Ao som de Roberto Carlos, o filme desenrola-se com flashbacks e bastante sentimentalismo mostrando como o menino Duda e João tem muito a aprender com o outro sobre suas perdas e seus futuros.



Uma coisa que achei super legal foi a divisão do filme através das famosas frases de caminhão, como se cada frase encerrasse o capítulo da evolução da relação entre os dois personagens principais. O filme também conta com a participação de Dira Paes (uma das musas do cinema nacional!), que apesar de suas pequenas aparições, não deixou a desejar... 

Eu indico esse filme a todos que queiram uma experiência nova (ou um filme diferente). Foi um dos melhores do ano (pena que não conferi no cinema) e arrisco dizer que foi uma das produções mais inusitadas que já se arriscaram a fazer, porque não é qualquer filme que comove a gente com o silêncio. <3 

Confira abaixo o trailer:


sábado, 12 de outubro de 2013

Elysium: entre a ficção e a crítica social

Mesmo tendo uma fórmula previsível de futuro pós-apocalíptico, Elysium consegue se destacar pelo bem elaborado contexto político e social, sem perder as raízes de superprodução.O comentário social pertinente e os efeitos especiais tornam Elysium, no mínimo, uma experiência válida no cinema para quem curte o estilo. Porém, o desenvolvimento pouco consistente da trama e os personagens pouco cativantes representam alguns problemas para que o filme possa ser considerado realmente memorável.

Estamos no meio do século 22 e o cenário é muito parecido com o que foi mostrado recentemente em Wall-E. Vendo o lixão que a Terra estava virando, os humanos criaram um satélite artificial onde poderiam viver em paz com seus gramados perfeitos, rodeados de pessoas lindas e, principalmente, saudáveis. Porém, este paraíso que dá nome ao filme tem seu preço e nem todos podem pagá-lo. Ao contrário da animação da Pixar, não é apenas um robozinho fofo que é deixado para trás. Toda uma população fica na Terra, sofrendo dia após dia nas mãos dos endinheirados que controlam as fábricas e seus robôs de diretrizes quase nazistas. Nesse contexto, a secretária do governo Rhodes (Jodie Foster) faz de tudo para preservar o estilo de vida luxuoso de uma minoria favorecida. Enquanto isso, na terra, o ex-presidiário Max Da Costa (Matt Damon) entra em uma missão para salvar a própria vida, mas que pode trazer de volta a igualdade entre os humanos.

Olhar para aquele favelão latino, que virou Los Angeles no filme é como espiar para além do muro dos condomínios de luxo que vemos hoje em muitas das cidades do Brasil e, claro, em outros países onde a distribuição de renda é desequilibrada. Não à toa, o elenco principal da Terra - exceção feita ao protagonista Matt Damon - é formado pelo mexicano Diego Luna (E Sua Mãe Também), o também sul-africano Sharlto Copley (irreconhecível como um mercenário) e os brasileiros Alice Braga e Wagner Moura. Em entrevistas recentes, os atores elogiaram o trabalho do diretor em buscar pessoas que entendiam bem o que era aquele cenário de pobreza onde os personagens viviam. Faz parte da sua bem bolada fórmula de mostrar ao mundo o que já está acontecendo hoje, bem debaixo de nossos narizes.

Para criar um vínculo com o público, acompanhamos Max (Damon) desde sua infância - no orfanato onde conhece a personagem de Alice Braga -, seu cotidiano, seu passado e a grande reviravolta, quando tem de encontrar Spider (Moura) para conseguir sobreviver. O brasileiro faz uma mistura de hacker, líder do submundo e "coyote", ajudando pessoas a tentarem entrar na Elysium. 

Quem rouba a cena é Wagner Moura. É sério! Com um personagem escrito de maneira divertida, o brasileiro dá o seu toque pessoal ao trazer expressões completamente lunáticas e trejeitos próprios. Outro destaque é Sharlto Copley, ator sul-africano que repete a parceria de Distrito 9 com Neill Blomkamp. Com seu sotaque carregado e um humor peculiar, ele consegue criar empatia com o espectador, mesmo com o vilão tão sádico. Sua atuação rendeu inúmeros elogios em diversas publicações, incluindo o New York Times, que o classificou como "fantástico" - com justiça.

Elysium pode não concorrer a prêmios e nem entrar em listas de melhores produções do ano. Mas não tem como negar que essa inusitada crítica social rendeu um “filme-pipoca”, que consegue ir um pouco além do que a diversão passageira e alguns agrados visuais. Nos dias de hoje, isso é admirável!


(Trailer legendado do filme)


terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Grande Gatsby: amor e frustração


Em “ O Grande Gatsby”, o publico é levado à época dos “loucos anos 20”, aquele período de efervescência econômica, social e artística da história americana. Era a época da explosão do jazz e da lei seca (que gerou o contrabando de bebida e a violência dos gangsteres), e tudo chegaria ao fim com a quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929. O filme do diretor Baz Luhrmann capta, com a sua criatividade e extravagância habitual, a energia desse momento – mas se esquece de emocionar o espectador no processo.

A história é contada em flashback. Nick Carraway (vivido por Tobey Maguire) é o narrador, aspirante a escritor e corretor de ações. Num sanatório ele relembra, ao conversar com seu médico e escrever sua história, como chegou a se mudar para uma casinha em Long Island, uma propriedade vizinha à mansão do milionário Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio). A mansão era visitada por convidados ilustres e palco das mais incríveis festas de Nova York. Gatsby e Carraway iniciam uma amizade, motivada pelo interesse do milionário: a prima de Carraway, Daisy (Carey Mulligan), foi o grande amor da vida de Gatsby e agora, cinco anos depois da separação do casal, ele planeja reconquistá-la. O problema é que a moça agora está casada com o bruto Tom Buchanan (Joel Edgerton), e este não pretende abandonar a esposa facilmente. A situação se complica quando Buchanan descobre fatos a respeito da origem da fortuna de Gatsby.

A atitude do cineasta em relação ao espectador é a mesma de Gatsby diante de Daisy: impressioná-lo pelo
excesso; seduzi-lo. Nesse sentido, sua escolha como diretor não poderia ser mais adequada. Luhrmann é capaz de retratar perfeitamente a superfície de Gatsby. Por outro lado, ele não consegue penetrar no lado mais obscuro do personagem: sua vaidade, sua obsessão maníaca pela propriedade (incluindo aí a de Daisy e de Nick). A adaptação de Luhrmann, perde fôlego pelo excesso, em festas tão hiperativas que vão para todos os lados, mas não chegam a lugar algum.

A salvação de Luhrmann está mesmo no elenco. Leonardo Di Caprio e Tobey Maguire conseguem cumprir seus trabalhos, até que muito bem, mesmo que o diretor não tenha se aprofundado nos personagens. Já Carey Mulligan foi muito pouco aproveitada, deixando a sensação de pouco potencial. Na minha opinião, a grande surpresa, porém, fica por conta de Joel Edgerton (Tom Buchanan, o marido de Daisy) e Elizabeth Debicki (Jordan Baker, amiga de Daisy e potencial interesse amoroso de Nick). Edgerton atinge o equilíbrio perfeito entre o carismático e o desprezível, e Debicki expressa toda a classe e a força da sua personagem, uma jogadora de golfe, uma pena que acabe subaproveitada no filme.

No fim das contas, todas as atitudes de Gatsby na história são para impressionar Daisy. Assim, toda a riqueza e beleza do universo apresentado na tela, com o objetivo de impressionar o público, terminam por esconder um vazio interior. É um filme de muito estilo e pouca substância: nesse sentido, se parece até demais com seu personagem-título. Na sua leitura, Lhurmann viu apenas a chance de criar um novo Moulin Rouge. Falhou duplamente. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Dicas #1

Chega de não saber o que fazer! A partir de outubro, nós do Cinema e Cultura, vamos quebrar o seu galho e trazer 5 trailers de filmes para você ver no final de semana com seu amor, sozinho, com seu primo melequento e/ou com os amigos. É muito amor, né? Então confira a Dica #1 :-)


# Prometheus, 2012



# Detona Ralph, 2012



# Scott Pilgrim contra o mundo, 2010



# Cinco Anos de Noivado, 2012



# Pernas pro Ar 2, 2012



Deixe sua avaliação sobre a lista e seja feliz!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Resenha: Bling Ring

Confesso que quando vi notícias sobre o novo filme de Sofia Coppola meu coração acendeu. Eu sou MUITO fã de todos os trabalhos da diretora e acho que tudo que ela se dispõe a fazer fica ótimo *eu sendo tiete*. Assim, com Bling Ring não foi diferente, logo fui assisti esperando muito (afinal, também tinha Emma Watson no elenco). 


Quem nunca se imaginou com as lindas roupas de grife das famosas? Miu miu, Chanel, Dior, YLS, etc etc etc são marcas que enchem nossos olhos quando vemos looks ou o tapete vermelho. Com certeza pra quem gosta de moda e não tem dinheiro a vida é injusta. Mas, como o filme conta, esses ladrões de Hollywood vão além, invadindo a casa de famosos (Megan Fox, Orlando Bloom, Paris Hilton...) roubando tudo que tiver pela frente (dinheiro, bolsas, até mesmo drogas). Baseado em fatos reais, o filme foi inspirado pelo artigo da Vanity Fair "Ladrões usam Louboutin" e agora tem até livro publicado aqui no Brasil pela Editora Intrínseca (quem foi na Bienal do Rio, com certeza, viu quantas pessoas estavam comprando-o). 

Então, vamos aos destaques: A trilha sonora é muito boa, vou deixar a primeira música aqui no post (a que eu mais gosto!) depois pra continuar ouvindo basta clicar no link que vai direto ao Youtube. 


Eu jurava que Emma Watson era a líder do grupo e a protagonista, mas parece que não é bem assim. Adorei o fato dela ser totalmente dissimulada e fútil, isso mostrou bastante o potencial da Emma de diversificar seus personagens. 

No final do filme, todos são julgados e presos. A vida de ostentação não dura muito mas, pelo menos, rendeu um ótimo filme! Pode parecer apenas uma história fútil mas realmente não é. Estamos falando aqui como as celebridades influenciam jovens, desejando tanto as suas vidas ao ponto de cometer loucuras. O filme de Coppola abre o espaço para discussões. 


Minha nota é    ★ ☆ por tratar de um tema tão delicado (e profundo) de uma forma super descontraída.

domingo, 8 de setembro de 2013

Você precisa conhecer: A busca

Não tem como negar, Wagner Moura conquistou o coração dos apreciadores de um bom filme nacional. Depois de Tropa de Elite (é claro!), minha atenção voltou-se totalmente para ele e acompanhei a filmografia do ator, Ó pai ó, Homem do Futuro, Vips, Tropa 2, e nada mais justo de comentar sobre o mais novo filme A busca (aproveitando que Elysium ainda não estreou por aqui!

A história é a seguinte: Theo (Wagner Moura) acaba de se divorciar de Branca (Mariana Lima) passando por alguns problemas com a separação. No meio dessa confusão está Pedro, o filho do casal, um menino super talentoso que decide fugir de casa. Daí a busca por Pedro...


No desenrolar da história, o personagem de Wagner passa por situações cômicas e trágicas até ter certeza que o filho passa bem. Na verdade, observamos os limites e a autodescoberta do protagonista aos poucos. Gostei de saber que o roteiro do filme participou do Laboratório SESC RIO Roteiros para o Cinema de 2009, como vocês sabem eu amo uma iniciativa diferente que propõe algo em favor do cinema nacional.

Minha nota para A busca é 3.0/5.0. Outra dica é ver o site do filme que é totalmente apaixonante e têm vários detalhes e curiosidades sobre o filme (para ver clique aqui!).

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Você precisa conhecer: Flores Raras

Depois de Elena (que já teve resenha aqui!), a produção nacional que me chamou atenção foi Flores Raras do diretor Bruno Barreto, responsável por filmes como Última Parada 174 e o clássico Dona Flor e seus dois maridos. O próprio diretor disse que se fosse alguns anos atrás, o filme não teria investimento suficiente e sabe porque? Trata-se de um amor homoafetivo. Essas novas produções que servem para despertar a sociedade estão ganhando muito espaço (até que enfim!!!) e a prova disso é o filme La vie d’Adèle que ganhou o prêmio no festival de Cannes desse ano (falamos isso também aqui!). 

Mas do que se trata afinal? Estamos no Brasil dos anos 50 e a história gira em torno de duas mulheres bem a frente de seu tempo. Elizabeth Bishop (Miranda Otto) é uma poetiza que está sofrendo um tipo de crise e vai para o Brasil afim de arejar um pouco suas ideias enquanto isso temos Lota (Gloria Pires), uma arquiteta carioca, que logo irá se interessar pela jovem escritora. 


No desenvolvimento do filme, vemos a paixão de Elizabeth e Lota enfrentando diversas dificuldades. O alcoolismo da poetiza acaba se revelando um problema e a determinação de Lota pelo trabalho - ela foi responsável pela ideia do parque do Aterro do Flamengo, RJ - acaba afastando cada vez mais. Outro desafio é Mary (Tracy Middendorf) que no começo do filme é apresentada como a esposa de Lota. Com a chegada de Elizabeth, o casamento de Mary-Lota é afetado alimentando boas cenas do filme. 

A fotografia do filme é LINDA, principalmente nas cenas em Petrópolis, e as atuações são perfeitas. Uma salva de palmas para Gloria Pires que deu um show e merece um prêmio por mergulhar em uma personagem tão diferente do que ela já produziu até agora. Uma notícia que me empolgou muito foi que Bruno Barreto irá buscar indicações as atrizes principais para o Oscar de 2014.


Vejo a consolidação do cinema brasileiro cada vez mais! A diversidade dos roteiros tem me surpreendido muito e eu indico essa produção a todos que queiram acompanhar esse novo momento. :-) 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Resenha: Pain & Gin

Se você é louco por musculação, vai adorar o filme.. E se não for, também vai.. Isso porque No Pain No Gain traz outros elementos que não deixam o filme só falando de academia e coisas da área. Com boas cenas de ação e ótimas tiradas de humor, o filme retrata a história de Daniel Lugo (Mark Wahlberg), um personal trainer aficionado por seus músculos, mas que está insatisfeito com o que tem em sua volta, e sua ambição  o chama para algo maior, que ele não sabe como pode alcançar.


Então ele monta um plano ambicioso e pra isso, precisa de uma equipe: Adrian Doorbal (Anthony Mackie) e do ex-presidiário Paul Doyle (Dwayne Johnson). Com o trio completo, o filme inicia suas pegadas de humor, que são muito boas, por sinal.

Não se trata de um filme que nos mostrou algo nunca visto antes, mas eles conseguem usar esse universo de uma forma interessante, pois mesmo já tendo assistido milhões de filmes de ação com um toque de comédia, esse conseguiu se tornar peculiar. As cenas são inusitadas e bem feitas e não são só cenas de besteirol’, pois rola uma história que requer sua atenção.. É um prato cheio, pra quem curte humor sarcástico.
O filme tem uma boa trilha sonora (pra quem curte o gênero), e por se tratar de uma história real, nos deixa ainda mais afim de saber o que acontece com o aclamado “sonho americano”, de Daniel Lugo e seus parceiros de fitness/crime.


Pain & Gain, teve sua estréia no Brasil em 23/08, e vale seu ingresso, sendo você um “body fitness”, ou não. 


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brasil: nossos festivais de cinema

Então, resolvi dar voz ao nosso ótimo cinema, ao qual a indústria cinematográfica bem realizando, e principalmente, vem legitimando isso, em nossos ótimos festivais. E é sobre eles, que essa postagem tratar alguns dos melhores festivais de cinema no Brasil. Espero que gostem, assim como foi ótimo, rever e conhecer novos filmes.



Festival de Gramado

Festival de Gramado é um festival de cinema do Brasil, realizado anualmente desde 1973 no Palácio dos Festivais na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. Desde sua 20a edição (1992), inclui não apenas produções brasileiras, mas também filmes de origem latina - donde sua designação oficial, "Festival de Cinema Brasileiro e Latino". É até hoje considerado um dos mais importante festival de cinema do Brasil. . O nome do troféu vencedor é Kikito.

“De “Toda Nudez Será Castigada”, em 1973, a “Colegas”, em 2012, a trajetória do Festival de Cinema de Gramado acompanhou todas as fases do cinema nacional. “Se olharmos para a história do Festival, podemos saber como foi o nosso Brasil e o nosso cinema nos últimos 40 anos", atesta o diretor Fernando Meirelles. Em 1992, com a internacionalização, o evento passou também a fazer um panorama da produção latino-americana, ampliando seus horizontes cinematográficos. Agora, chegando a 41ª edição, consolida o título de maior festival de cinema ininterrupto do Brasil, também se adaptando a novas tendências do audiovisual e trazendo os novos olhares de um cinema brasileiro contemporâneo e em constante mudança.” (Disponível em: http://www.festivaldegramado.net/historia)

Alguns dos premiados no festival, em seus respectivos anos:

1994 - Fresa y chocolateTomás Gutiérrez Alea
2001 - Memórias PóstumasAndré Klotzel
2002 - Durval DiscosAnna Muylaer
2008 - Prêmio especial do júri: A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele

Festival de Brasília

O Festival de Brasília tem por nome oficial Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ou FBCB, que é promovido pelo Governo do Distrito Federal, existe desde 1965, dedicado exclusivamente ao cinema brasileiro. Nas duas primeiras edições foi chamado Semana do Cinema Brasileiro. Uma das regras que o diferenciam de outros festivais é que os filmes, tanto de longa ou curta metragem, devem ser inéditos e preferencialmente, não ter sido premiados em qualquer outro festival nacional. Os vencedores recebem o Troféu Candango, em homenagem aos brasilienses, assim como prêmios em dinheiro.

Alguns dos premiados no festival, em seus respectivos anos:

1968 - O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla
1976 - Xica da Silva, de Cacá Diegues
1977 - Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos
1985 - A Hora da Estrela, de Suzana Amaral
1999 - Santo Forte, de Eduardo Coutinho
2000 - Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky
2001 - Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho
2002 - Amarelo Manga, de Cláudio Assis
2009 - É Proibido Fumar, de Anna Muylaert


Festival do Rio

O Festival do Rio é um festival de cinema internacional da cidade do Rio de Janeiro. Surgiu em 1999, como resultado da fusão de dois festivais de cinema anteriores, o Rio Cine Festival (que surgiu em 1984) e a Mostra Banco Nacional de Cinema, criada em 1988. Na mostra de 2007, foram exibidos mais de 300 filmes inéditos, brasileiros e estrangeiros de 60 países, inclusive os vencedores dos festivais de Cannes, Sundance, Veneza e do Oscar. O nome do troféu vencedor é Redentor,

Quando o Rio fala de cinema
Existe uma época do ano em que o Rio de Janeiro esquece o carnaval e o futebol. Durante esses dias, a Cidade Maravilhosa costuma se render a outra paixão: o cinema. O Festival de Cinema do Rio reúne, anualmente, dezenas de atores, diretores e outros profissionais em uma série de exibições, premiações e debates que colocaram o evento no roteiro de cinéfilos do mundo inteiro.

A maratona de cinema dura, normalmente, 12 dias, com exibições divididas entre cinematecas e espaços culturais da cidade. O circuito vale a pena tanto pelos filmes quanto pelos locais que recebem o público. Uma das grandes sacadas do festival é permitir que o público acompanhe o evento ao mesmo tempo em que realiza um tour diferente pela cidade, em pontos não tão tradicionais quanto o Cristo Redentor ou o Pão de Açúcar.

Alguns dos premiados no festival, em seus respectivos anos:

2003 - Narradores de Javé, Eliane Caffé
2006 - O Céu de Suely, Karim Aïnouz
2008 - Se nada mais der certo, José Eduardo Belmonte
2010 - VIPs, Toniko Melo
2012 - O Som ao Redor, Kleber Mendonça Filho

Mostra do Filme Livre

Mostra do Filme Livre é um festival de cinema do Brasil, realizado anualmente desde 2002 no Rio de Janeiro. O festival tem como principal característica a exibição e difusão do Cinema Livre e democrático.
Assim, a Mostra do Filme Livre é um grande painel de filmes que experimentam caminhos e atalhos na atual linguagem audiovisual, preferencialmente (não exclusivamente) filmes feitos sem apoio estatal direto. Além de exibir, debater e premiar os filmes livres que mais se destacaram na opinião da curadoria e do júri, a MFL publica textos sobre os filmes indicados aos prêmios e promove uma série de atividades paralelas, como oficinas e debates. A MFL também integra o Circuito Ascine de Cineclubes, promovendo sessões em diversas regiões do Estado

Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é um festival de cinema que ocorre anualmente na cidade de São Paulo (SP). É um evento cultural sem fins lucrativos, realizado pela ABMIC - Associação Brasileira Mostra Internacional de Cinema e com o reconhecimento da Federação Internacional da Associação dos produtores de Filmes. O Estado e o Município de São Paulo estabelecem outubro como mês oficial da mostra. A edição de 2012 acontece entre os dias 19 de outubro e 1º de novembro, tendo como júri internacional Burghart Klaussner, Cao Hamburger, Danis Tanovic, Jan Harlan e Kanako Hayashi.

O festival já teve a presença de vários cineastas brasileiros. Convidados internacionais de destaque desde 1977 foram Dennis Hopper, Pedro Almodóvar, Miguel Gomes, Victoria Abril, Jane Birkin, Guy Maddin, Abbas Kiarostami, Claudia Cardinale, Amos Gitai, Les Blank, Quentin Tarantino, Maria de Medeiros, Wim Wenders, Alan Parker, Manoel de Oliveira, Kiju Yoshida, Atom Egoyan, Danis Tanovic, Satyajit Ray, Eizo Sugawa, Theo Angelopoulos, Marisa Paredes,Rossy De Palma e Jonas Mekas.

Cine Ceará

O Cine Ceará-Festival Iberoamericano de Cinema- é um festival de cinema que surgiu como "Festival Vídeo Mostra Fortaleza" no ano de 1991organizado pelos cearenses Eusélio Oliveira e Francis Vale. Acontece anualmente em Fortaleza e desde o ano 2006 sua mostra competitiva internacional abre espaço para filmes do universo iberoamericano Brasil, América Latina, Espanha e Portugal, além disso conta com uma mostra competitiva de curtas-metragens nacionais e um conjunto de mostras e eventos paralelos envolvendo cinema, dirigidos aos mais variados públicos. Acontecem também encontros de realizadores e produtores, palestras, seminários internacionais, lançamentos de publicações e filmes, entre outras muitas atividades. O nome do troféu vencedor é Eusélio Oliveira

Grande Prêmio Cinema Brasil

O Grande Prêmio Cinema Brasil é uma premiação instituída em 2000 pelo Ministério da Cultura com a finalidade de homenagear os filmes que mais se destacaram no ano anterior. Em 2002, teve seu nome mudado para outra premiação Grande Prêmio Brasileiro de Cinema.
É considerado o Oscar brasileiro. Inicialmente foi batizado de Prêmio Grande Othelo, homenagem cancelada depois que a família do ator discordou de pontos relacionados à utilização de seu nome e imagem.

As categorias contempladas são Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora, Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Documentário, Melhor Edição, Melhor Fotografia, Melhor Lançamento, Melhor Vídeo e Melhor Curta-metragem.

Alguns dos premiados no festival, em seus respectivos anos:

2001 - Eu, tu, eles, Andrucha Waddington
2002 - Bicho de sete cabeçasLaís Bodanzky
2003 - Cidade de Deus, Fernando Meirelles 
2006 - Cinema, aspirinas e urubusMarcelo Gomes
2007 - O Ano em Que Meus Pais Saíram de FériasCao Hamburger
2008 - EstômagoMarcos Jorge
2009 - É Proibido FumarAnna Muylaert
2011 - O PalhaçoSelton Mello

Além de já ter premido atores como: Matheus Nachtergaele, Rodrigo Santoro, Lázaro Ramos, Selton Mello, Wagner Moura, Fernanda Montenegro, Alice Braga, Hermila Guedes e Lilia Cabral.

Cine Pernambuco - Festival do Audiovisual

O Cine PE - Festival de Audiovisual, informalmente conhecido como Festival do Recife ou Festival de Cinema do Recife, é um festival de cinema brasileiro suportado pelo Ministério da Cultura, que acontece desde 1997 no Recife. O evento, considerado um dos mais populares do gênero do Brasil, exibiu até 2007 mais de 400 filmes entre curtas e longa-metragens.  O troféu entregue aos premiados pelo festival chama-se Troféu Calunga

Considerado o principal festival de cinema realizado no Brasil durante o primeiro semestre, o evento é também conhecido como o "Maracanã dos festivais". Tudo graças ao gigantesco Teatro dos Guararapes, com capacidade para 2,4 mil pessoas, que permite que o público compareça em peso às exibições.

“Este é, portanto, o perfil do CINE PE, após 17 anos de exercício profícuo. Na exibição, na formação de platéia, na difusão da informação e no treinamento o festival se tornou o grande encontro dos "profissionais da indústria" e dos "apaixonados pela arte". Um evento ímpar, que trouxe e continuará trazendo a marca do empreendedorismo cultural e dos pernambucanos. Uma bela "montagem" do que há de melhor no audiovisual brasileiro. Como numa “trilha sonora” harmoniosa que é digna de admiração e capaz de encantar a todos. Para orgulho de nossa gente!” (Disponível em: http://www.cine-pe.com.br/historico)