segunda-feira, 30 de julho de 2012

Monumentais - Parte 1


          Uma obra-prima cinematográfica é o resultado de várias coisas boas: o roteiro, o elenco, a qualidade técnica e a direção. Todos esses elementos estão presentes nos melhores filmes da história do cinema. É só conferir assistindo a clássicos como “Cidadão Kane”, “Os Sete Samurais” ou “2001: Uma Odisséia no Espaço”. Mas, por melhores que esses ingredientes sejam, eles somente resultam em algo fora de série quando há um diretor genial os misturando na dose certa.
          Em pouco mais de um século de história, o cinema já deixou um legado de diretores excepcionais que fizeram revoluções na linguagem da sétima arte e, muitas vezes, transformaram histórias banais em obras-primas. Eleger os melhores entre eles não é uma tarefa nada fácil, mas nós topamos o desafio e a seguir apresentamos quem são os melhores diretores de cinema de todos os tempos.
         Listas e mais listas figuram na internet com opiniões variadas sobre as personalidades cinematográficas na direção de grandes filmes mundo afora. De fato, alguns diretores merecem especial destaque, levando em consideração a história de vida e o trabalho desenvolvido por eles.


Alfred Hitchcock

Ninguém é chamado de “mestre” por acaso, e Hitchcock o foi de todo um gênero – o suspense -, e por isso acabou muito imitado e homenageado pelas gerações seguintes. Além disso, era um dos diretores preferidos do grande público, dono de um universo todo particular. Emendou duas décadas com uma inigualável sucessão de obras-primas.

Akira Kurosawa

A popularidade e o prestígio no Ocidente – onde foi celebrado como gênio e tido como mestre de toda uma geração de cineastas – Scorsese e Coppola, entre eles - custou-lhe desavenças no Japão e muitas dificuldades quando precisou filmar em sua terra natal.

 

Alain Resnais

Conhecido como “o cineasta do tempo e da memória”, temas recorrentes em sua filmografia, ergueu um nicho à parte dentro da Nouvelle Vague francesa, eclipsando cineastas conterrâneos como Godard e Chabrol.

 

Andrei Tarkovsky

Filho de poeta, trouxe a sensibilidade das letras para as telas, e embora tenha dirigido apenas sete filmes, deixou uma experiência espiritual única no cinema contemporâneo. Seu compromisso com o Cinema ficou marcado em seu livro “Esculpir o Tempo”, obra essencial a todos os amantes da sétima arte.
  

 

Bernardo Bertolucci

Aos 24 anos, despontou com “Prima Della Rivoluzione”. Aos 47, com “O Último Imperador”, virou o primeiro marxista confesso a fechar a banca do Oscar, ao vencer em 7 categorias, incluindo filme e direção. Nesse meio termo, fez filmes inesquecíveis, ousados e polêmicos.
  


Charles Chaplin

A palavra gênio pode ser atribuída a esse mestre do cinema mudo sem nenhum exagero. Quando representava o personagem imortal Carlitos, quando dirigia seus filmes com um perfeccionismo extremo, quando escrevia as partituras como a da antológica "Smile" ou mesmo quando fazia de um personagem seu porta-voz como no discurso final de "O Grande Ditador", Chaplin era exatamente a medida dessa palavra: gênio.

Federico Fellini

Italiano, mas de alma universal, foi um dos poucos cineastas a ter seu nome transformado em adjetivo. Fez de Rimini, sua cidade natal, um santuário do cinema e ganhou quatro Oscar de filme estrangeiro, eternizando na tela atores como Marcello Mastroianni e Giulietta Masina.

Ingmar Bergman

Homem de teatro, Bergman levou para o cinema a paixão por conflitos psicológicos intensos, desbravando a alma humana como poucos cineastas já ousaram, em filmes magistrais como “O Sétimo Selo” ou “Gritos e Sussurros”.

 

Jean-Luc Godard

Ao lado de Truffaut e Resnais, forma a tríplice trindade da Nouvelle Vague, tornando-se seu principal representante e mantendo-se em atividade até hoje como um inesgotável e polêmico experimentador.

Jean Renoir

Filho do célebre pintor Auguste Renoir, dirigiu obras-primas que dividem o cinema francês em “antes” e “depois” de filmes extraordinários como “A Grande Ilusão” e “A Regra do Jogo”. Em todos eles, deixou bem claro seu humanismo e sua preocupação com as questões políticas e sociais.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Orlando, Cláudio e Leonardo.

Esqueça Tropa de Elite 1 e 2, Xingu é o melhor filme nacional dos últimos tempos. Assim que terminei de ver Xingu, tive a necessidade de falar sobre ele. Na verdade, no meio do filme já a senti. A história dos irmãos Villas-Bôas mostra o maior interesse em culturas indígenas na nossa História. E são eles que lutaram para criar o Parque Nacional do Xingu, que tem o intuito de preservar e perpetuar a cultura indígena como ela é.
O interessante foi que, por mais que os irmãos estivessem no meio do Centro-Oeste/Norte do Brasil, a influência política não foi alheia. Passam pelo segundo mandato de Getúlio Vargas, os três problemáticos meses de Jânio Quadros até os tempos de chumbo, ou seja, da Ditadura. A chamada "Marcha para o Oeste" planejava desbravar as matas brasileiras em busca de desconcentração populacional na faixa litorânea para o Centro-oeste do Brasil. E é neste cenário que temos a obra prima de Cao Hamburguer (é esse mesmo o nome!).
Tenho motivos de sobra para indicar como filme da semana, então, vamos lá! O filme mostra um resgate a um momento essencial a nossa história nacional, aborda a questão Território vs. Índio, onde o último é o invasor das terras que sempre o pertenceram. A preocupação na singularidade da cultura das tribos, afinal, muitas pessoas até hoje acham que índio é índio, e pronto.
Na produção, o filme conta com uma produção MAIS QUE ESPECIAL: Fernando Meirelles. Pois é, esse fantástico cineasta que tem no curriculum filmes como Cidade de Deus, Ensaio sobre a Cegueira e Jardineiro Fiel abraçou a causa de falar sobre o Parque Nacional do Xingu e brilha como nunca.
Uma das minhas cenas preferidas mostra a dificuldade de comunicação entre bracos e índios, chegando até nos fazer refleti como realmente foi o processo linguística a partir da fusão do tupi-guarani e português de Portugal. Outra cena que nos causa perplexidade é o modo estranho com que o índio vê nossos acessórios mais comuns, como os óculos, por exemplo.



A ideia de proteção dos irmãos Villas-Bôas acaba unindo seus interesses aos interesses indígenas esquecendo que eles mesmos são homens brancos. Passam a defender o que nós, brasileiros, deveríamos pensar sobre cuidar dos donos do nosso país.
Então concluindo, queria deixar uma curiosidade que me fez apreciar muito mais a história do filme. Orlando Villas-Bôas, o irmão mais velho, concorreu ao Prêmio Nobel da Paz. Todo esse reconhecimento e feito vindo de três irmãos que somente buscavam aventuras...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Os injustiçados do “The Oscar goes to...”


Todos os anos, um dos eventos mais aguardados pelas pessoas que adoram cinema é o Oscar. A premiação ocorre anualmente desde 1929 e premia os melhores profissionais da indústria cinematográfica, entre atores, diretores e roteiristas.

Os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas se reúnem e votam para eleger quem se destacou no cinema, no ano que passou. Muitas vezes as escolhas são consideradas infelizes, visto que um ator, atriz ou diretor se destacou muito mais no papel que representou ou em seu trabalho do que os ganhadores da estatueta.

Apesar de existirem cerca de trinta categorias de premiação atualmente, a que mais gera polêmica e também a mais aguardada todos os anos é a de melhor filme. Normalmente, em função do burburinho, já se imagina qual será o grande vencedor antes mesmo do esperado “The Oscar goes to...”. Porém, algumas vezes um filme que tinha tudo para ganhar acaba sendo deixado de lado e a estatueta vai para uma produção considerada inferior.

É até estranho pensar que algumas produções consideradas verdadeiras obras primas do cinema, não foram agraciadas com o prêmio mais importante da cerimônia. Mas sim, isso já aconteceu repetidas vezes e muitos profissionais da indústria cinematográfica, além dos críticos especializados, não conseguem conceber que alguns filmes não tenham garantido o prêmio mais cobiçado da noite. Particularmente, o Oscar, não é um Berlinale ou um Festival de Cannes, que na minha opnião, são festivais sérios e que premiam, de fato, bons filmes, atores e diretores. Mas tem sua relevância e por isso o espanto de alguns críticos, cinéfilos e até mesmo leigos que gostam de cinema.


Tempos Modernos – Charles Chaplin – 1936

Este foi o último filme mudo lançado por Charles Chaplin e é considerado por muitos um marco na história do cinema. Apesar de sua grande importância, o filme não conquistou o prêmio máximo do Oscar e chegou inclusive a ser proibido na Itália e na Alemanha, quando os ditadores estavam no poder, por considerarem que o filme era socialista.

Charles Chaplin realizou diversos filmes excelentes, aclamados por espectadores e pela crítica especializada. Infelizmente, nunca subiu ao palco do Kodak Theater para receber uma estatueta pelo melhor filme.
Nem mesmo as obras-primas do cinema mudo Luzes da Cidade, Tempos Modernos e Em Busca do Ouro fizeram com que a Academia enxergasse Chaplin. Ele permaneceu ignorado até 1972, quando recebeu uma estatueta pelo conjunto de sua obra. Antes disso, só recebeu prêmios menos importantes, como o Oscar de Melhor Trilha Sonora por Luzes da Ribalta. 

Cidadão Kane – Orson Welles – 1941


Chega até ser engraçado e inacreditável afirmar que Cidadão Kane não conquistou o Oscar de melhor filme quando foi lançado. E isto se deve ao fato de esta produção dirigida por Orson Welles ter sido um verdadeiro marco na história do cinema. Quando são feitas listas com os nomes dos melhores filmes de todos os tempos, além daqueles que são obrigatórios para quem gosta de cinema, Cidadão Kane sempre figura entre as primeiras posições. Infelizmente, os membros da Academia não enxergaram toda a maestria desta produção cinematográfica. A obra-prima de Orson Welles estava, realmente, muito à frente de seu tempo, com um enredo diferenciado e enquadramentos jamais experimentados em outros filmes. O diretor teve que se contentar com o prêmio de melhor roteiro original na cerimônia. 

Cantando na Chuva – Gene Kelly – 1952

O musical estrelado por Gene Kelly e Donald O’ Connor conta com sequências de música e dança inesquecíveis até os dias de hoje. Até os mais jovens já devem ter ouvido falar, ou assistido, a famosa cena protagonizada por Kelly que dá nome ao filme, na qual ele dança e canta alegremente sob a água que cai dos céus. Infelizmente a Academia, e nem mesmo seus produtores, previram que o filme se tornaria o clássico que é hoje. A produção cinematográfica só contou com indicações para trilha sonora e melhor atriz coadjuvante. O American Film Institute, por outro lado, incluiu a película na lista dos 25 maiores musicais de todos os tempos. 

Janela Indiscreta – Alfred Hitchcock – 1954 


O diretor Alfred Hitchcock, ao longo de sua carreira, recebeu o apelido de mestre do suspense, tamanhas as emoções à flor da pele que seus filmes proporcionavam aos espectadores. A publicação The Screen Directory, bastante conceituada no mundo do cinema, classificou o cineasta como o maior diretor de todos os tempos. Apesar de ter recebido diversas indicações ao Oscar de melhor diretor e de melhor filme, Hitchcock nunca teve o prazer de segurar a tão cobiçada estatueta. Janela Indiscreta é considerado por muitos especialistas o melhor filme de Hitchcock e a produção sempre figura entre as primeiras posições nas listas de filmes que devem obrigatoriamente ser assistidos. 

Um Corpo que Cai – Alfred Hitchcock – 1956

A discussão costuma levantar polêmica. Enquanto alguns cineastas e críticos especializados acreditam que Janela Indiscreta é o melhor filme dirigido por Alfred Hitchcock, outros afirmam com veemência que Um Corpo Que Cai é a obra prima máxima do mestre do suspense. Seja como for, os dois filmes devem obrigatoriamente ser vistos por quem gosta de cinema e, infelizmente, nenhuma das produções foi agraciada com o prêmio máximo da Academia.

Na película, James Stewart dá vida ao personagem Scottie, um detetive com medo de altura que é contratado por um amigo da faculdade para investigar a esposa dele que tem tendências suicidas. Depois de salvá-la de uma situação perigosa, o detetive começa a ficar obcecado pela misteriosa mulher.
Ignorado pela Academia durante vários anos, a única estatueta que o diretor conseguiu foi o prêmio Irving Thalberg, pelo conjunto da obra, em 1967. Para se ter uma ideia, o revolucionário Os Pássaros, de 1963, foi derrotado na categoria de efeitos especiais por Cleópatra. Já o clássico Psicose perdeu para Se meu Apartamento Falasse o prêmio de Melhor Filme, em 1960. 

Laranja Mecânica – Stanley Kubrick – 1971 

Stanley Kubrick dirigiu diversos filmes que hoje são considerados clássicos e verdadeiras obras-primas do cinema. No entanto, o célebre diretor nunca recebeu um Oscar sequer de melhor filme.

Depois do igualmente clássico 2001, Uma odisséia no espaço, Kubrick decide cutucar a onça com vara curta, no caso a sociedade, com críticas severas a respeito da violência e brutalidade. No filme, Malcom McDowell interpreta o protagonista Alex de Large, líder de uma gangue que sente prazer ao espancar, estuprar e matar. Nada é suficiente para os jovens viciados em leite drogado, que estão sempre maltratando alguma pessoa indefesa. Em determinado momento Alex é finalmente capturado pela polícia e vai participar de um programa de reabilitação, criado para que ele não tenha mais impulsos destrutivos em seu corpo e mente. Quando o jovem se vê livre do tratamento de choque e volta à realidade, precisa lidar com os indivíduos que maltratou no passado. 

Taxi Driver – Martin Scorsese – 1976


Até os dias de hoje há muita polêmica em torno desta produção cinematográfica, que perdeu a estatueta de melhor filme para Rocky, escrito e estrelado por Sylvester Stalone. Críticos especializados e cineastas acreditam firmemente que Taxi Driver, de longe um dos melhores filmes de Scorsese, é infinitamente superior ao filme que conta a história de um lutador de boxe. E se a cerimônia do Oscar daquele ano levanta polêmicas, a película mais ainda, visto que as cenas de violência são bastante realistas.

O tal motorista de taxi que dá nome ao filme é Travis (interpretado por Robert De Niro). O protagonista trabalha durante a noite, pois sofre de insônia, e durante as horas que passa dentro do taxi ele precisa lidar com prostituição e violência, sempre presentes quando as luzes se apagam. Como a revolta toma conta de si, Travis acaba por matar violentamente um homem e fica obcecado em salvar uma jovem prostituta menor de idade (interpretada por Jodie Foster), que entra no taxi para fugir de seu cafetão.

Além de ver o filme de Stallone derrotar Taxi Driver em 1976, Martin Scorsese sequer foi indicado ao prêmio de Melhor Diretor por um de seus mais brilhantes trabalhos. Essa, porém, não foi a única injustiça sofrida pelo diretor. A Academia também o ignorou em Touro Indomável, Os Bons Companheiros e em outras três oportunidades. Scorsese só foi premiado na categoria de direção em 2007, por Os Infiltrados. 

Apocalypse Now – Francis Ford Coppola – 1979

O filme dirigido com maestria por Francis Ford Coppola quase não chegou às telas de cinema. Isto porque a produção cinematográfica era tida como loucura por parte dos funcionários que trabalhavam com o diretor.

De qualquer forma, os apaixonados por cinema e os críticos cinematográficos acreditam que o filme é uma obra-prima e um dos melhores filmes que contam com a direção de Coppola. Para variar, os membros da Academia não consideraram que a produção merecia um Oscar de melhor filme. Por outro lado, publicações consagradas, além da crítica especializada, avaliaram por diversas vezes o filme como uma das melhores produções de guerra de todos os tempos. 

Gwyneth Paltrow x Fernanda Montenegro - Melhor Atriz

O Oscar de 1999, para mim foi o que mais houve injustiças. Shakespeare Apaixonado ganhando Melhor Filme no lugar de Resgate do Soldado Ryan, Judi Dench ganhando um Oscar por seus 10 minutos de aparição e outros. Mas a maior injustiça do ano, foi Gwyneth Paltrow ganhando o Oscar de Melhor Atriz no lugar de Fernanda Montenegro, que tinha a melhor atuação dentre as indicadas. As duas disputaram também o Oscar com Emily Watson, Meryl Streep e Cate Blanchett, então, se fosse para roubar um Oscar mesmo, que roubasse de uma melhor forma.

O prêmio foi injusto não só porque naquele ano Fernanda Montenegro concorria à estatueta por sua belíssima atuação em Central do Brasil. É que Cate Blanchett e Meryl Streep também haviam sido indicadas por Elizabeth e Um Amor Verdadeiro, respectivamente. Com três nomes de tanta qualidade na disputa é no mínimo de se estranhar que a Academia tenha optado por Gwyneth Paltrow em Shakespeare Apaixonado

domingo, 15 de julho de 2012

Beetlejuice Beetlejuice Beetlejuice!

Quem não se lembra daquele fantasma nojento, detestável e divertido? Pois é, Beetlejuice ilustra nossa infância, principalmente pelo desenho que durou 4 temporadas e que inclusive teve Tim Burton como produtor executivo. O filme que no Brasil recebeu o nome de "Os fantasmas se divertem" marca, pelo menos pra mim, a Era de Ouro de Tim Burton, contando com filmes como Batman (1989) e Edward Mãos de Tesoura (1990). Para 1988, o filme conta com incríveis efeitos especiais e até consta um Oscar na categoria de Melhor Maquiagem.
Claro que eu não tenho bagagem e nem culhão para criticar Tim Burton, mas seus roteiros e fotografias já estão normatizadas em todos seus filmes nesses últimos anos, o que acaba cansando seu público. Em seu último filme, "Dark Shadows" (2012), esse quadro de repetição não foi diferente. Contudo, voltando a Beetlejuice, Burton inicia sua identidade como diretor e inicia uma carreira onde seu estilo é reconhecido e marcado. 


O casal Maitland é novato na arte dos recém-mortos e não sabe muito bem como assustar os vivos. Então, na tentativa de expulsar a nova família que habita a casa deles, contratam o bio-exorcista Beetlejuice (Michael Keaton) para fazer o serviço pesado, um fantasminha nada camarada. Foi engraçado ver a atuação de Winona Ryder tão novinha. No papel de Lydia Detz, a filha do casal, é uma adolescente gótica que consegue ver o casal Maitland e forma uma amizade de outro mundo. 
A diferença entre o filme e o desenho é que a relação entre Beetlejuice e Lydia totalmente caótica, enquanto no desenho eles se tornam amigos. Na verdade, há vários pontos diferentes entre o filme e o desenho... 

Porém, não há como negar o quanto esse fantasma mesmo detestável é tão querido! :-)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

"Well, shake it up baby now"


          Este filme não contém uma história dramática ou hilariante, nem um roteiro tão brilhante. É um filme simples, onde o que conta não é uma fotografia primorosa ou takes geniais, mas a idéia de ser livre por um dia. “Como podem esperar que eu vá para a escola num dia desses?”, pergunta Ferris, diretamente para a câmera. Ele representa o sonho de liberdade de uma geração. Jogar tudo pro alto e curtir, nem que seja somente um dia. Os personagens não são muito profundos e não possui um final com uma boa moral. Então por que esse filme é tão importante? “Curtindo a Vida Adoidado” é considerado como um dos melhores filmes dos anos 80, um marco da geração e muitos vêem Ferris Buller como o “adolescente definitivo” padrão daquela década.

          Ferris Bueller (Matthew Broderick) é o adolescente mais popular do seu colégio e está no último semestre do ensino médio. O dia estava muito bonito e ele resolveu faltar à aula em grande estilo. Conseguiu convencer seus pais a perder um dia de aula, alegando uma dor no estômago e ligou para seu amigo, verdadeiramente doente, Cameron (Alan Ruck) a passar o dia com ele e sua namorada, Sloane (Mia Sara) em Chicago. O diretor da escola, Ed Rooney (Jeffrey Jones), entretanto, sabe muito bem que Ferris é uma má influência para seus alunos e irá fazer de tudo para provar, que o adolescente está mentindo. A irmã de Ferris, Jeannie (Jennifer Grey. Umas das melhores personagens, na minha opnião!) não aguenta mais ver seu irmão aprontando e saindo ileso e decide também provar, que Ferris não é o docinho que seus pais pensam que ele é. Usando a Ferrari do pai de Cameron, Ferris e seus amigos curtem um dia em Chicago, almoçando em um restaurante caro e se fazendo passar pelo Rei das Salsichas de Chicago, assistindo a um jogo de beisebol, indo a museus e participando de uma parada.

          O filme é uma caricatura da adolescência. Retrata a escola como o lugar mais chato do mundo, com os professores mais tediosos e aulas que parecem durar uma eternidade. Mas se o colégio é um lugar tão ruim, por que Ferris está tão afim de aproveitar o último semestre, não é mesmo? O namoro entre Ferris e Sloane é aquele famoso “que irá durar para sempre” e Cameron é o típico adolescente que teme o pai que “não o ama” ou “ele ama mais o carro do que a mim ou a minha mãe”. De acordo com o próprio Cameron, o futuro de Ferris será fritando alguma coisa em um restaurante. Como se sabe, nos EUA, a universidade escolhe seus alunos e, pelo que diz o melhor amigo, Ferris não terá um futuro brilhante, então por que não aproveitar enquanto ele ainda é o mais popular e querido aluno de sua escola fazendo coisas grandes e inesquecíveis?

          Este filme é o melhor de John Hughes, que se consagrou como um diretor de filmes para adolescentes. É um marco de sua geração e fez algo surpreendente: ajudou os Beatles. Sim! Quando se pensa nesse filme é difícil não deixar de lembrar da famosa cena da parada onde Ferris canta “Twist and Shout”. Embora Beatles sejam os Beatles, foi apenas com esse filme, enorme sucesso nos EUA, que essa música conseguiu atingir o número 23 da Billboard de clássicos do século passado. Curtindo a Vida Adoidado nos traz provavelmente o melhor “momento musical” do cinema, quando ele canta para uma multidão enlouquecida. Esse é o momento do filme em que você é completamente comprado pela idéia “eu também preciso fazer isso um dia”. Um dia. Que dia?
A famosa cena de Ferris cantanto "Twist and Shout", dos Beatles.
(A famosa ceda de Ferris cantando "Twist and Shout", dos Beatles)
         

 Ferris pode não ser o cara mais legal do mundo, nem o mais “bom moço” que agradaria à sua mãe, mas ele nos ensina a aproveitar a vida, com sua filosofia hedonista, ele diz que “a vida é muito curta. Se não pararmos de vez em quando para admirá-la, podemos perdê-la”. Verdade, Ferris. Um filme clássico sobre adolescência que dificilmente será esquecido.

terça-feira, 3 de julho de 2012

O que há por trás da Beleza Americana?

Nunca me perdoei por me declarar uma cinéfila e não ter visto "Beleza Americana". A cena clássica da menina nua coberta de pétalas de rosas vem a mente de qualquer pessoa quando abordamos a cena mais sexy do cinema, DE TODOS OS TEMPOS!

A dita beleza americana é somente a causa que desenrola toda a trama envolvendo sete personagens principais. Esse filme de 1999 e dirigido por Sam Mendes tem como principais análises o aprisionamento e alienação. A chegada de um novo milênio já era exposta em filmes como Beleza Americana e Clube da Luta, por exemplo, e trazia uma pergunta essencial: Como o homem irá suportar a conformidade? Ser a cópia, da cópia, da cópia? 


Outra análise importante que tanto o diretor quanto o roteirista, Alan Ball, trazem ao filme o paralelo entre a beleza e o ordinário. A que ponto os dois serão defeitos ou qualidades? O personagem principal, Lester Burnham, tem uma crise de meia idade e resolve mudar todos os traços que o tornam um homem comum. Essa mudança repentina vem através do contato de Lester com Angela, a amiga de sua única filha. Uma obsessão em ter Angela e toda sua beleza americana traz ao nosso protagonista um desejo de quebrar a barreira entre comum/ordinário e beleza/libertação. 



Destacar-se dos demais filmes da virada do século não foi uma tarefa fácil para "Beleza Americana". A Dreamworks - a distribuidora do filme- fez uma campanha para o Oscar e deu certo. O total de 5 estatuetas  incluindo Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original. Confesso que no início, para mim, "Beleza Americana" não passava de um "Lolita" sem Stanley Kubrick, porém arrisco dizer que do jeito que a trama é armada e articulada até Hitchcock compraria um DVD para colocar em sua estante.

Para finalizar, coloco aqui dois destaques fantásticos que deram total diferença ao filme: A fotografia de Conrad Hal - cujo trabalho neste filme ganhou um Oscar - e a interpretação de Kevin Spacey - cujo trabalho também foi premiado.

Com todos os atributos, "Beleza Americana" é o filme da semana! :-)

domingo, 1 de julho de 2012

Personalidade do mês de JULHO!


A ideia de escrever sobre o ícone do mês de julho veio a partir de uma frase que  li no Facebook: “Não basta querer ser musa do Almodovar, agora do Woody...” Pois é, o que define Penelope Cruz é o papel de musa que encorpora. Um simples atuação como um papel secundário em "Vicky, Cristina, Barcelona" rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Maria Elena era louca, espirituosa, gênia como própria se define do filme. Uma aparição para marcar.

                
Ontem vi “Para Roma, com amor”, o novo filme de Woody Allen que apesar de críticas não tão boas, encheu-me de gargalhadas e adoração. O diretor sabe como ninguém retratar uma visão romântica da cidade, foi assim em "Midnight from Paris" e no próprio "Vicky, Cristina, Barcelona". Não satisfeito retratou Roma tão bem, com uma fotografia tão linda que me fez almejar Roma como nunca.

Voltando para Penélope, o cargo de musa do novaiorquino é um pouco recente. Em seu novo filme, a atriz interpreta Anna, uma garota de programa que acidentalmente entra no quarto de um homem gerando uma grande confusão e uma das cenas mais engraçadas do filme. Assim como Maria Elena, Anna ganha uma pequena aparição totalizando no máximo 15 minutos. Mas, a escolha da atriz não pode ser mais certa.

Como musa de Almodovar, seu trabalho é mais extenso e com personagens mais centrais. Seu primeiro filme com o espanhol foi "Carne Tremula" e depois foi um casamento feliz, resultando em "Abrazos Rotos" e "Volver”, este último esteve na lista para ganhar o Oscar de Melhor Atriz. Na verdade, os filmes com Almodovar sempre trouxeram um forte reconhecimento, principalmente, da cúpula européia. É difícil não comparar a atuação de Penelope Cruz como uma das melhores de Hollywood nos tempos atuais.

Em “Piratas do Caribe – Navegando por águas misteriosas”, um filme que não teve tanta repercussão como os outros, trouxe a tona uma qualidade encontrada nos dois protagonistas. Penélope Cruz e Johnny Depp (ainda por cima como um par romântico!) são os cameleões de Hollywood, encaixando-se em qualquer papel, com qualquer diretor. Bravo!

Mas é claro que sua filmografia não para por aí! A união com esses fantásticos diretores é o diferencial da atriz. Podemos conferir alguns filmes que fazem parte da carreira da atriz como o musical "Nine", o drama "Abra os Olhos" e a comédia "Bandidas".