terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Motivos para ver: Machete Kills

Eu espero os filmes de Robert Rodriguez, como quem espera ansiosamente os presentes de Natal. Pra mim, cada película é uma obra de arte. Todos os personagens são pensados em sua totalidade, dos protagonistas aos figurantes; tudo tem um significado. Sou fã do diretor desde Pequenos Espiões (sim, este filme é dele!), um filme que marcou minha infância porque sempre admirei muito histórias de espiões e aventuras. Me imaginava nesses filmes. Quando fui crescendo e vendo sua filmografia (como Planeta Terror, Um drink para o inferno e Era uma vez no México), pensei “Esse é o cara!”. 

Outra característica de Rodriguez é reunir nomes incríveis em papéis excepcionais. Em Machete (2010), vemos Lindsey Lohan, Robert DeNiro, Steven Segal, Jessica Alba... Na continuação lançada em 2013, temos Mel Gibson, Charlie Sheen e Lady Gaga (!). Ou seja, é uma franquia que pelo menos merece sua atenção, certo? 


Mais uma vez, a história gira em torno os conflitos entre EUA e México. Dessa vez, Machete é chamado para impedir uma guerra nuclear entre um poderoso cartel mexicano e o governo dos Estados Unidos. Durante o filme vemos a marca registrada do diretor: sangue, sangue, morte trash e as rapidinhas de Machete com as mulheres que passam por seu caminho. Incluindo uma Miss agente federal (!!), só Rodriguez pra trazer uma personagem com tanta originalidade.

Durante o filme, as cabeças de Machete e do revolucionário/mad men, Mendez, são disputadas por várias pessoas, entre elas, um grupo de prostitutas que querem vingança (já, já falo disso) e o matador de aluguel Camaleão. Achei que nesse filme (apesar de contar com mais personagens) tem maior entrosação do que no primeiro filme. 

No grupo das prostitutas, a presença da atriz Vanessa Hudgens me fez ficar surpresa. Depois de Spring Breakers, prometi ficar mais atenta às atuações dela e nunca ia imaginar a atriz em Manchete. Outra atriz que atraiu minha surpresa foi Alexa Vega, que atuou em Pequenos Espiões 1 e 2, e agora vem numa versão mais sexy. Todos já conheciam a veia interpretativa de Lady Gaga em seus clipes e achei que no filme, a atriz realmente se saiu muito bem. 

Enfim, acho que já dei motivos suficientes para ver Machete Kills, certo? 
Deixe nos comentários suas impressões sobre o filme :-) 

domingo, 15 de dezembro de 2013

Motivos para ver: Capitão Phillips


“Argo” conseguiu ser um filme bem-sucedido pela capacidade de Ben Affleck criar um thriller político e divertido sobre um assunto complicado como a invasão da embaixada dos EUA no Irã. Porém, o vencedor do Oscar 2013 falhava ao colocar o povo iraniano como vilão da obra, dignos de poucas falas e atitudes radicais. “Capitão Phillips” poderia ter caído no mesmo erro e tratado os piratas somalis como monstros da humanidade. Porém, o longa estrelado por Tom Hanks utiliza o cenário do sequestro de um navio para explorar o abandono da África com a imposição americana e a diferença entre dois homens que parecem viver em planetas diferentes.

O diretor Paul Greengrass comanda a história do capitão de um navio cargueiro, Richard Phillips (Tom Hanks), sequestrado por piratas da Somália após a invasão da embarcação. No decorrer da trama, acompanhamos a negociação entre a Marinha dos EUA e os criminosos na tentativa de liberar o refém, apostando as fichas no tenso duelo entre ambos.

O que impede Capitão Philllips de se tornar um filme panfletário contra o descaso com que o mundo trata a África, em boa medida, é que não há muito espaço para discursos - depois que a premissa se estabelece, o resto é ação. E então as oposições desproporcionais se tornam físicas mesmo: o cargueiro contra o bote dos somalis, o corpo subnutrido dos africanos contra a muralha de músculos que são os fuzileiros navais (Greengrass filma os militares nus, antes de vesti-los, para deixar essa oposição bem clara).


Toda essa diferença acaba sendo refletida durante as negociações do sequestro, já que o americano parece sempre capaz de antever cenários não imaginados pelo pirata. Esse antagonismo gera sentimentos dúbios entre os próprios protagonistas: Phillips percebe a ingenuidade e a encruzilhada em que os africanos se meterem ao mesmo tempo em que teme pela vida, enquanto Muse (Barkhad Abdi) admira o refém pela inteligência, sabendo da necessidade de matá-lo, caso seja preciso. Nada disso seria visível se não fosse o trabalho da dupla de atores excelentes da produção: Abdi se mostra uma grata revelação, enquanto Hanks consegue se livrar de uma fase ruim e caminha para o terceiro Oscar da carreira.

Em diversas tomadas, o diretor faz questão de mostrar o contraste entre o grande e milionário navio cargueiro sequestrado e a pequena lancha que transporta os piratas e, logo em seguida, o minúsculo barco contra as enormes embarcações da frota da Marinha dos EUA. Nestes trechos, fica clara a intenção de mostrar o poder americano perante os insignificantes africanos, sendo a violência a única forma de chamar a atenção para a tragédia humanitária ocorrida naquela parte do planeta.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Motivos para ver: Kick Ass 2

Sempre achei a temática de Kick Ass totalmente incrível. Sem nenhum tipo de supernaturalidade, pessoas se tornam super heroínas (e tem sangue, tem morte, tem tudo). Pensei bastante antes de escrever esse post, pois o filme não está no cinema – na verdade, acho que já deve estar nas locadoras – mas, depois de assistir, vi que existem centenas de motivos para ver. Kick Ass 2 não é apenas um filme, é uma busca eterna sobre a formação de nós mesmos. Sobre o bem e o mal; e os nossos limites.

Essa reflexão pode parecer muito brega, ainda mais quando envolve brigas e conflitos no high school. Dave e Mindy estão no ensino médio e passam por episódios chaves - como o bullying por exemplo -, mas nada que afete a história a ponto de perder o caráter principal. Depois da morte do pai, Big Daddy, Mindy vai morar com Marcus e recomeça a vida (contudo, sem perder o jeito de Hit-Girl). 


No meio do filme, algumas promessas irão mudar o caminho dos personagens, fazendo com que Dave se junte à "Justice Forever" e Mindy se afaste da vigilância. Eu achei incrível a ideia de juntar uma Liga de heróis e vilões, cada um com sua história e com muito humor. Os personagens que eu mais curti nessa continuação foi o Comandante, estrelado por Jim Carrey , e Mother Russia. Na continuação, Christopher Mintz-Plasse, conhecido por ser o herói Red Mist do primeiro filme, agora vem como vilão Motherfucker e rouba a cena durante todo filme. 

Um vilão com roupa de sadomasoquista. WTFFF

Sempre que eu posso faço a propaganda de Kick Ass aqui no blog, e dessa continuação não vai ser diferente. Eles tocaram Mutantes no filme, gente. Como não amar? 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O sonho de Wadjda: um olhar delicado


‘O Sonho de Wadja’ é mais um daqueles filmes bonitos, simples, mas com um roteiro fascinante e uma boa direção. Costume dizer, que o cinema do Oriente Médio tem se mostrado um dos melhores da atualidade, vide o cinema iraniano, mas o primeiro filme feito inteiramente, na Arábia Saudita, não fica atrás.

Para realizar ‘O Sonho de Wadja’ na Arábia Saudita, a cineasta Haifaa al Mansour contou com um roteiro de qualidade e teve de superar uma série de barreiras para poder concretizar seu projeto com sucesso. O filme conta a história de Wajda, uma menina de 10 anos de idade que promove algumas revoluções particulares, uma delas em especial: a compra de bicicleta em Riad, capital do país.

Logo nas primeiras cenas, Wadja sai em defesa de sua mãe, após ser insultada pelo motorista que a levava todos os dias ao trabalho. O homem reclamava de um atraso. No reinado saudita, vale lembrar, as mulheres são proibidas de dirigir, e a solução para que muitas possam se deslocar para o trabalho (com a devida autorização do marido), ao hospital, ao shopping ou ao mercado é contratar o serviço de motoristas particulares.

A forte repressão aos direitos femininos é retratada na escola de meninas em Riad. É nesse espaço que a diretora da instituição educacional chama a atenção das garotas por estarem rindo em voz alta e por estarem sendo vistas. Afinal, não é de “bom tom” que os homens sejam atraídos pela voz feminina, e muito menos que elas estejam ao alcance dos olhares masculinos. “Meninas de respeito não podem ser vistas” – é o que se diz em uma das cenas da película. São nesses tipos de sutilezas e observações inteligentes pelas quais a cineasta expressa suas críticas ao regime. Em muitas ocasiões, as mulheres são retratadas no filme como as grandes mantenedoras do sistema opressor, como é o caso da mãe de Wadja e da diretora da escola.

Ainda no ambiente escolar, as alunas deparam-se com a questão do casamento arranjado e prematuro. A própria Wadja, dentro de casa, é constantemente ameaçada pela família, caso não se comporte da maneira que julgam adequada. É também dentro do convívio familiar que o pai da protagonista ameaça ter um segundo casamento caso a mãe não consiga engravidar de um filho do sexo masculino.


Em meio a todos esses conflitos, Wadja pensa em todas as possibilidades possíveis em poder conseguir ter uma bicicleta sozinha, sem o apoio da família. Diante da chance de ganhar um prêmio em dinheiro em um concurso para recitar os versos do Alcorão Sagrado, passa a estudar com bastante empenho, a fim de atingir o seu objetivo.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Uma Noite de Crime: Motivos para ver

Assim que eu vi o trailer da produção Uma Noite de Crime (The Purge, 2013) adorei toda a temática em volta de um futuro em que o crime é legalizado por um dia (não que eu concorde, mas quantos roteiros podem se fazer com essa ideia?). Esse filme daria tudo para dar certo (e em alguns aspectos até que deu!) mas em sua essência, eu esperava bem mais. 

A história é a seguinte: Em 2022, nos Estados Unidos, seguindo os preceitos dos Pais Fundadores (os primeiros homens a pisar no solo norte-americano) e o pacto feito entre eles, a sociedade viu-se na necessidade de se expurgar ("purge") todos os anos cometendo crimes que nos outros 364 dias seria totalmente inadmissível, incluindo assassinatos. Essa medida reflete na sociedade, como por exemplo a diminuição da violência. Contudo, o filme é um bombardeio de códigos morais, porque a maioria das pessoas que são alvo dessa violência permitida são mendigos, pessoas pobres que não tem dinheiro suficiente para comprar sistemas de segurança, etc. Todo tempo você fica pensando se apoiaria uma coisa dessas ou não (eu pessoalmente não concordo com a ideia). Mas ao mesmo tempo, essa sociedade mostra como uma massa manipulada, que compra um discurso e repete isso tantas vezes até considerar uma verdade absoluta (podemos ver isso acontecendo com nossos protagonistas). 

Os saldos positivos do filme: Apesar do enredo não ter me agradado até o final, a mecânica de fazer você pensar durante e depois do filme é incrível! É uma daquelas produções que encaixam perfeitamente naquela realidade onde pessoas acham sensato matar mendigos ou pobres, achando que elas gostam ou escolheram estar naquela condição. Outro saldo positivo é o ator Rhys Wakefield (que se eu fosse você, guardava bem esse nome!!), que foi a maior revelação de todo o filme. O papel do moço é um expurgador que procura um mendigo que se escondeu na casa da família protagonista, os Sandins. 


Os saldos negativos do filme: Além de você "saber" o que esperar do filme, acho que deviam ter focado mais no personagem Charlie (Max Burkholder), já que todos os ápices - e a história em si - foi um resultado das ações dele. Essa atenção ao personagem que não entende o que é o expurgo daria um gás sobrenatural a narrativa. Apesar de tudo, a minha nota é 7.5, afinal eu gosto de filmes que se passam no futuro mas é o retrado do presente. 

A notícia boa (ou ruim) é que vai ter a continuação em 2014. Terá o mesmo roteirista e diretor (James DeMonaco). Leia mais sobre a notícia aqui!

E você, participaria do expurgo? Deixe nos comentários!