sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Quantos filmes nacionais você viu esse ano?

Depois de diversas postagens sobre diretores, atores, filmes internacionais decidi fazer algo diferente e inédito, até mesmo para os padrões do Cinema&Cultura. Essa ideia veio através de três fatores a) O post do meu parceiro daqui do Blog (e amigo especial) Leonam Monteiro que fala sobre os diretores brasileiros (relembre aqui!). b) Um livro bastante legal que adquiri esses dias, "Trajetória Crítica" de Jean-Claude Bernadet que reúne diversos textos críticos, obviamente, publicados para jornais entre as décadas de 1960 e 70. Como ainda estou no comecinho não posso adiantar muita coisa, mas o que realça é o modo que Bernadet vê, mesmo que sob um olhar menos recente ou influenciado sobre a censura, os futuros da crítica cinematográfica e do próprio cinema brasileiro. c) Por último, um debate de um curso que fiz sobre o papel que o cinema brasileiro incorpora, seria um cinema comercial ou incentivo a cultura?

Primeiramente, devemos partir de um ponto comum para prosseguir. É necessário entender o Cinema como uma grande indústria, capaz de ditar modas, modelos e desejos. Ela também é o reflexo da Humanidade, seja no aspecto político, social ou econômico. Desperta medos e coleciona sonhos. Com certeza, é a melhor indústria que já existiu.


Seguindo desse pressuposto, temos uma circulação dos produtos dessa indústria, os filmes, que atraem um público alvo. Nos dias de hoje, torna-se cada vez mais comum 1 em cada 5 salas ter um filme de super-herói. Logo, temos um comércio que atrai lucro. Nem consigo imaginar quanto a indústria cinematográfica gera de circulação em todo o mundo, fora os empregos que gera. O exemplo clássico de cinema comercial, que remete a quase tudo que falamos sobre cinema, é e sempre será Hollywood. As grandes empresas (Paramount, MGM, Warner, etc) inventam e reinventam quando a questão é produzir/distribuir um filme.

Mas e o Cinema Brasileiro? Quantos filmes nacionais você viu esse ano mesmo? Superior a 10? Inferior a 3? Pois é, nosso queridinho e suado cinema tem grandes nomes de diretores, atores e história incríveis, mas não tem um público fiel. Com "Tropa de Elite 2" (2010), surge um personagem eternizado e popularizado, como nunca visto antes na história do cinema brasileiro, o Capitão Nascimento. Não que sua história tivesse mais proximidade com a realidade brasileira, mas o segredo do personagem de Wagner Moura foi a chave do sucesso. Hoje, até crianças de 10 anos falam suas frases marcantes. Sem falar no recorde de bilheteria.

Seja qual for a receita, o sucesso foi estrondoso. Mas então, porque todos os filmes nacionais não tem a mesma aceitação? Sem dúvida, o Cinema Brasileiro é feito de ciclos (de gênero e características da escola cinematográfica) e o evidente é baixa procura por esses filmes que, na verdade, mostram, de um jeito ou de outro, a realidade brasileira. Então, temos com a ajuda do governo, um incentivo da cultura, ou seja, reserva de salas para 1 filme brasileiro com o intuito de mostrar e incentivar (como a própria expressão já diz) a procura de público. Exemplos desse incentivo é a Lei que obriga a passagem de filmes nacionais nas escolas e outro mais presente no nosso cotidiano é a "Festival Nacional", onde a Rede Globo passa filmes todas as quartas durante o Verão. Claro que como a maior distribuidora de filmes nacionais, a Rede Globo não perderia a oportunidade.


Decidi fazer esse post com a intenção de cativar um pouco a atenção dos leitores para o nosso próprio cinema. Ao contrário que muitos pensam, ele não fala só de sexo com palavrão ou histórias espíritas. Na verdade, ele tem uma História de desenvolvimento fantástica que só tem a crescer. ;-)

E você? Quantos filmes nacionais já viu esse ano? Comente!


Eu dedico esse post ao Leonam Monteiro, meu amigo e parceiro de Blog, a pessoa mais indicada para falar sobre filmes nacionais. (Espero que goste <3) 

2 comentários:

  1. Creio que o problema do atual cinema nacional não seja o excesso de sexo e palavrões que o caracterizaram durante os anos 70 e 80, nem o fato de mostrar a nossa "realidade". Penso que o problema não é o conteúdo, mas sim o formato. Os filmes nacionais tem ótimos textos, porém carecem de uma linguagem, um formato, uma agilidade que o cinema hollywoodiano nos impôs e ao qual nos acostumamos a ver.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Na verdade, eu tenho que discordar, em parte. Acho que o cinema nacional há muito, já conseguiu construir sua linguagem, que é muito particular nossa. Eu, particularmente, gosto dos textos e diálogos dos filmes brasileiros e sua linguagem, muita das vezes, ágil, lenta, dramática, social me faz refletir. O cinema hollywoodiano, de fato, conseguiu ocupar seu lugar de "destaque", mas os cinemas da América Latina só crescem.

      Excluir