Confesso que fiquei super
empolgada pra ver essa animação nacional, mas infelizmente não consegue
assistir no cinema. Pra quem não sabe Uma
história de amor e fúria conta a relação de um casal através dos tempos
pegando desde o período colonial até uma sociedade futurista. E como eu amo e
estudo história do Brasil tenho críticas e elogios ao filme que tem na dublagem
nomes ilustres como Selton Melo, Camila Pitanga e a participação especial de
Rodrigo Santoro.
A Parte 1 começa em 1566 na
Guanabara, no atual Rio de Janeiro, e conta a história do índio Abeguar e seu
amor por Janaína. Na verdade, vai além disso: conta o conflito entre
tumpinambás e os portugueses no século XVI, já que os índios ajudaram os
franceses, até então invasores, a se estabelecerem no Rio. Era bem comum
naquele período, grupos invasores se aliarem a tribos indígenas para guerrear
lado a lado, nesse caso portugueses-tupiniquins e franceses-tupinambás. Gostei
dessa parte porque explora bastante, mesmo que indiretamente, a missão da
França Antártica e a fundação da cidade do Rio de Janeiro. Mas calma que não é
nada massante! A única coisa que eu não gostei foi a forma como exploraram o
canibalismo na animação porque temos que entender que era um ritual muito mais
complexo do que apenas comer gente.
Na segunda parte transpassamos
mais de 200 anos e estamos no Maranhão de 1825, às vésperas da Balaiada. Mais
uma vez, meu elogio vai ao detalhe do filme em retratar a sociedade brasileira
naquele período como a plantação de algodão e a questão dos negros forros
lembrando havia escravos libertos, mesmo que essa seja uma realidade quase que
invisível. Depois da revolta, Janaína novamente morre – nessa vida pela febre
amarela e malária – enquanto isso nosso protagonista vaga através dos tempos.
A terceira e penúltima parte é em
1968 durante a Ditadura Militar e os Anos de Chumbo. Novamente nosso casal está
no lado mais fraco da história, assumindo o posto das guerrilhas urbanas afim
de derrotar o regime. O interessante da história é que ao ganhar o dom
de voar, o índio Abeguar recebe também a missão de derrotar o espírito da
destruição (Aiangá), salvando a humanidade do mal.
Chegando ao fim, temos o Rio de
Janeiro de 2096 totalmente governado pelas milícias particulares onde a luta
pela água potável é uma realidade concreta. Uma cidade futurista que me lembrou
bastante inteligência Artificial e Blade Runner. Enquanto a água é vendida
a preço de ouro a quem pode comprar, as camadas mais pobres bebem água do mar
infectada.
"Viver sem conhecer o passado é viver no escuro" |
Na verdade, o filme não acaba
quando termina, afinal todos os dias estamos lutando por algo. E é essa a
“moral” da história: é possível sim mudar o futuro. O que eu mais me
encantei foi o enredo em resgatar pontos da história do Brasil. Dou 8 unicórnios
felizes pelo roteiro <3
A atriz Camila Pitanga cantou uma das músicas que aparecem no filme :-)
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