Começei a falar do primeiro diretor da minha lista, Walter Salles, agora, vamos continuar com nada menos do que Fernando Meirelles, um dos mais internacionais diretores nacionais que nós temos. Nossa jornado pelo cinema nacional só está começando, de forma que ainda temos mais três diretores para serem discutido pelo Cinema e Cultura.
Fernando
Meirelles: Depois de explodir com Cidade de Deus e de fazer dois
grandes filmes nos Estados Unidos, um dos diretores brasileiros mais conhecidos
no exterior resolveu mudar radicalmente de temática. Deixará para trás a
“seriedade” de O Jardineiro Fiel e Ensaio Sobre a Cegueira – a ousada e um
tanto polêmica adaptação para os cinemas de um dos principais romances de José
Saramago – para se abraçar a um filme bem mais despretensioso.
Em
1997, Meirelles leu o livro Cidade de Deus, de Paulo Lins e decidiu adaptá-lo
para o cinema, o que se concretizou em 2002. O filme teve sucesso nacional e
internacional. Em 2004, Meirelles concorreu ao Oscar de melhor diretor com esse
filme, mas não foi premiado. Em 2006, recebeu quatro nomeações no Festival de
Cannes: Melhor Diretor (Fernando Meirelles) - Melhor Argumento Adaptado -
Melhor Fotografia - Melhor Montagem.
Como
diretor do filme O Jardineiro Fiel, Meirelles fez questão de que a trilha
sonora fosse baseada na música de países africanos, e grande parte das
filmagens foi feita no Quênia. Esse foi o primeiro filme de Meirelles em língua
inglesa. Em maio de 2008, Ensaio Sobre a Cegueira foi o filme de abertura do
Festival de Cannes.
Filme que marcou sua carreira: Cidade de
Deus
(Trailer do filme Cidade de Deus)
Buscapé
(Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em
um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca
conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a
possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino
por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na
profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o
dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.
Cidade
de Deus recebeu críticas impressionantes e aclamadoras da várias grandes
publicações nos Estados Unidos. No site Rotten Tomatoes o filme tem uma
aprovação de 92%. Foi escolhido pela revista Empire, em 2008, como o 177º
melhor filme de todos os tempos, e pela Time como um dos 100 melhores filmes da
história. Em 2010 foi escolhido pela Empire como o sétimo melhor filme do
cinema mundial e o sexto melhor filme de ação pelo The Guardian.
(Cena do filme Cidade de Deus)
Filme lançado recentemente: 360
(Trailer do filme 360)
A trama tem início com uma garota de programa eslovaca, Mirka (Lucia
Siposova), que adota o nome de Blanka e rapidamente se torna um sucesso usando
uma rede que posta fotos de mulheres na internet. Um empresário inglês de
passagem, Michael (Jude Law), sente-se tentado a também experimentar seus
serviços, mas há obstáculos.
Em Londres, a mulher de Michael, Rose (Rachel Weisz), vive outro dilema pela
infidelidade, ao tentar romper um caso com o fotógrafo brasileiro Rui (Juliano
Cazarré). E ele, pela traição, está sendo abandonado pela namorada Laura (Maria
Flor). Partindo de volta ao Brasil. Laura tem como companheiro de viagem o
velho John (Anthony Hopkins), há anos à procura de uma filha. A neve no
aeroporto de Denver que interrompe temporariamente as viagens de Laura e John
igualmente coloca a moça na rota de um ex-presidiário (Ben Foster) - que talvez
seja o personagem mais pungente do filme.
Guiada pela mão segura e experiente do diretor brasileiro, esta ciranda de
histórias sentimentais entrecortadas entre fronteiras flui com naturalidade,
embora, em alguns momentos, a história poderia ter sido aprofundada. Como são
muitos personagens, algumas situações ficam muito na superfície e perdem força
dramática, como é o caso da própria Mirka -- cujas motivações nunca são
mencionadas. Em entrevista ao UOL, Meirelles confessou que não faria novamente
um filme com tantos personagens. “Tem um lado frustrante. Cada história poderia
ser desenvolvida muito mais, mas não há tempo para isso. É muito sofrido”,
contou ele.